Cartão amarelo

Milton Neves processa Trajano por calúnia e difamação

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17 de abril de 2002, 16h14

O jornalista Milton Neves deve acionar o comentarista esportivo José Trajano por calúnia, injúria e difamação. Também pedirá indenização por danos morais no valor de 200 salários mínimos (R$ 40 mil).

Trajano, da ESPN, teria feito graves acusações e levantado dúvidas sobre a honestidade de Milton Neves.

O jornalista, da TV Record, é representado pelos advogados Fernando Castelo Branco e Antônio Carlos Sandoval Catta-Preta. Trajano pode ser representado pelo advogado da ESPN, Carlos Maluf.

De acordo com Catta-Preta, Trajano teria dito no programa Mesa Redonda que Neves pode ter se beneficiado junto à Ambev para opinar a favor da escolha do técnico da seleção brasileira, Luiz Felipe Scolari, quando foi consultado pelo presidente da CBF, Ricardo Teixeira. Na ocasião, Neves deu o voto decisivo para a escolha de Felipão.

Trajano nega que tenha feito a acusação desse teor, quando criticou o fato de Neves ter sido consultado pelo presidente da CBF.

“Não disse nada disso no programa. Apenas falei que eu ficaria constrangido se recebesse um telefonema de Ricardo Teixeira para me consultar sobre o novo técnico da seleção. Ele é vaidoso e fica orgulhoso”, afirmou.

O advogado já solicitou a fita do programa ao Fórum Criminal da Lapa para poder entrar com a Queixa-Crime. Catta-Preta disse que assistiu parte do programa, em fita mandada por um telespectador, e constatou que Trajano fez insinuações sobre supostas relações entre Neves e a Ambev. Para o advogado, isso não faz sentido já que o jornalista faz propaganda para a Schincariol.

Milton Neves disse que não se sentiu constrangido por receber um telefonema de Ricardo Teixeira porque esse tipo de consulta é comum na imprensa esportiva. “Se o Felipão saísse hoje por algum motivo e eu recebesse um novo telefonema do Ricardo Teixeira, opinaria novamente. Desta vez, pelo Parreira ou pelo Luxemburgo”, afirmou.

“Na época da CPI do Futebol, eu também fui consultado por telefone pelo Álvaro Dias e pelo Aldo Rebelo para opinar sobre questões esportivas”, acrescentou. “Quando recebo os telefonemas, sempre repito as mesmas opiniões dadas no rádio e na TV”, afirmou. Ele disse que há anos é criticado por Trajano “apesar de nem o conhecer”.

De acordo com Catta-Preta, houve “excesso de linguagem por parte de Trajano que agiu como um jornalista principiante ao ofender a honra de Milton Neves”.

Revista Consultor Jurídico, 17 de abril de 2002

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