5/4/2002

Primeira Leitura: Bush amplia envolvimento em conflito israelense

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5 de abril de 2002, 9h35

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Antes tarde…

O discurso que Bush fez na Casa Branca, quinta-feira, marca uma guinada em sua política para o Oriente Médio, ampliando o envolvimento americano no conflito israelo-palestino. Pela primeira vez, o presidente disse que o Estado judeu tem de aceitar as fronteiras de 1967 e congelar a construção de assentamentos na Faixa de Gaza e na Cisjordânia.

Ele cobrou ainda de Israel respeito pela dignidade da população civil palestina, mas também exigiu do presidente da Autoridade Palestina, Yasser Arafat, medidas concretas contra o terrorismo.

…do que nunca

Bush tinha como tarefa principal na política externa o combate ao terrorismo. Descobriu que essa meta ficaria comprometida sem o apoio do mundo árabe e colocou também a questão palestina na categoria de prioridade.

Cresce a onda

Mesmo o jornalista Thomas Friedman, do The New York Times, reconhece em seu artigo de quinta-feira que “o objetivo de Israel deve ser a saída das áreas capturadas na guerra de 1967; de outra forma nunca conhecerá um dia de paz e vai solapar todo esforço legítimo dos EUA na luta contra o terrorismo”.

Causa e efeito

O discurso de Bush interrompeu a tendência de alta dos preços do petróleo. Em Londres, a cotação do barril de óleo Brent, que havia chegado a US$ 28,15 pela manhã, recuou mais de um dólar depois do discurso, fechando em US$ 27,30.

Anticlímax

Depois que a cúpula do PMDB fechou a indicação do prefeito de Joinville (SC), Luiz Henrique, para ser o vice na chapa de José Serra (PSDB), os tucanos reagiram sem entusiasmo, para dizer o mínimo.

Falta algo

Serra disse a aliados que o vice tem de preencher dois critérios: ser inatacável sob o aspecto ético e agregar votos. Luiz Henrique atenderia ao primeiro, mas não ao segundo. Nem no PMDB há consenso sobre seu nome – ele já enfrenta vetos das bancadas do PMDB do Nordeste e de Minas.

Revolta

É controvertida, do ponto de vista jurídico, a solução em estudo no governo de se editar uma medida provisória para revogar as 20 MPs que estão trancando a pauta da Câmara dos Deputados. “Não vamos aceitar uma coisa dessas”, disse o líder do PFL, Inocêncio Oliveira (PE).

Saída política

O governo, porém se sente chantageado processualmente pelo PFL, que vem impedindo a aprovação da prorrogação da cobrança da CPMF com base nas regras de votação de medidas provisórias. O Planalto estaria, assim, apenas dando o troco político.

Assim falou…Alain Touraine

“A Argentina é um país que não existe”.

Do cientista político francês, para quem “a Argentina é um país de consumo, mas não de produção e trabalho”. Segundo ele, a crise por que passam os argentinos ameaça toda a América Latina, com exceção do Brasil, do México e do Chile.

Tudo é história

A criação do Estado de Israel, em 1947, trouxe consigo o sabor de uma reparação pelo antisemitismo e pelo Holocausto nazista. O detalhe, nada irrelevante, é que se criou um Estado onde havia um povo estabelecido há séculos, os palestinos. Se não estavam num Estado legalmente constituído, esse dado era antes fração do colonialismo europeu na região.

De lá para cá, houve agressões de ambos os lados. Se Israel tem a exibir a união de 1948 dos árabes contra Israel, os palestinos podem argüir com os sucessivos atentados e o tráfico de armas para os terroristas sionistas que já se encontravam na região e que expulsaram os camponeses palestinos a bala das terras que ocupavam. Não há santos na história recente da Terra Santa.

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