2/4/2002

Primeira Leitura: Rússia voltará a ganhar com exportações de petróleo

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2 de abril de 2002, 10h21

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As bombas

A escalada do conflito israelo-palestino, que lançou o Oriente Médio numa zona de incertezas, provocou a alta do preço do petróleo, que, na segunda-feira, chegou a US$ 27,40 e depois recuou para US$ 26,86 o barril. Uma elevação persistente pode comprometer a reação da economia americana e, portanto, mundial.

A marcha da insensatez

O conflito, por ora, tende a recrudescer. Depois que o premiê de Israel, Ariel Sharon, declarou o país em guerra contra Yasser Arafat, no domingo, o Exército israelense aumentou sua operação nos territórios palestinos. O que Bin Laden não conseguiu – o levante no mundo islâmico -, Sharon e Bush podem conseguir agora, com a guerra contra Arafat e o que resta da Autoridade Palestina.

Azar de uns…

Se a escalada de violência no Oriente Médio realmente jogar o preço do petróleo nas alturas – há quem fale em US$ 40 o barril num futuro próximo -, a Rússia voltará a ganhar com as exportações, já que é um dos principais produtores mundiais.

…sorte de outros

No fim de 2000, a Rússia fez a festa com a alta do petróleo, que teve as cotações triplicadas em relação a 1998. O produto garantiu de US$ 5 bilhões a US$ 10 bilhões de receitas extras para o país em 2000, ano em que o país cresceu 7,6%.

Consolidou

Pesquisa encomendada pelo PSDB ao instituto Vox Populi aponta que o candidato do partido à Presidência, José Serra, consolidou o segundo lugar na corrida presidencial e se descolou do triplo empate técnico com Roseana Sarney (PFL) e Anthony Garotinho (PSB) verificado em levantamentos anteriores. Lula lidera com 30%, seguido por Serra (19%), Roseana e Garotinho (14%).

Símbolo

Emílio Carazzai (PFL), que presidia a Caixa Econômica Federal e saiu por causa do rompimento do partido com o Planalto, estava cotado para virar ministro da Previdência. Seria simbólico do retorno pefelista ao governo.

Mais uma

Uma missão técnica do FMI chegou a Buenos Aires para avaliar as contas argentinas, principalmente a situação das províncias. O organismo quer que os governadores demitam, em conjunto, 375 mil funcionários públicos para cortar gastos. À noite, o governo deve anunciar um novo plano para tentar conter a escalada do dólar e agradar ao Fundo.

Vire-se

É triste, mas a Argentina está virando uma questão marginal no tabuleiro mundial. Não é mais um player que conte. Os grandes bancos já contabilizaram as perdas que sofreram com a quebra do país.

“Desglobalização”

Depois de funcionar como um parque de diversões dos mercados financeiros mundiais, a Argentina está entregue à própria sorte. Seu problema agora é interno.

Assim falou… Rafik Hariri

“Você não está vendo a CNN?”

Do primeiro-ministro libanês, respondendo à repórter da CNN que lhe perguntava por que Arafat não continha a violência palestina, no momento em que a emissora mostrava imagens do cerco israelense ao QG do líder palestino, preso em seu escritório, sem energia ou telefone.

Ironias da história

A Europa vive um formidável período de mudanças. Afinal, a Zona do Euro é agora uma realidade, e a moeda única entrou em circulação no início do ano em 12 países, na maior operação de unificação monetária da história da humanidade. Entretanto, a Europa assiste mais ou menos impassível à carnificina no Oriente Médio.

Esse “mais ou menos” se explica: não faltam declarações de horror, recomendações, censuras. E só! Faltam lideranças de peso, falta vontade política, falta clareza de propósitos… O que a Europa vai acabar descobrindo – e tomara que não seja tarde demais – é que não há unificação econômica estável se não se cuida das questões políticas.

A direita americana e a extrema-direita israelense dispõem de munição bastante de irresponsabilidade e arrogância para jogar o mundo em uma nova crise. Isso tudo quando a economia mundial dá sinais claros de recuperação.

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