Atentado terrorista

Advogado critica ufanismo diante de atentado terrorista nos EUA

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13 de setembro de 2001, 15h16

Entendo que o sentimento de euforia de alguns com o terrorismo merece algumas considerações: uma é sobre o governo imperialista; outra é sobre o povo.

Ser racionalmente contra o governo imperialista, belicista, poluidor da biosfera, é ser a favor da vida, é ser a favor da humanidade, é ser a favor da dignidade do ser humano, é agir e interagir com objetivo transdisciplinar de busca da cidadania planetária.

Ser a favor ou mostrar ufanismo diante de atos insanos, de terror, como os vividos pelos norte-americanos – e por extensão pelo mundo civilizado – em nada contribui para a busca da cidadania planetária. Idéias se combatem no campo das idéias: subsistem as racionais e as lógicas. Idéias geradas no embrião do ódio trazem como herança nada agradável o próprio ódio, o radicalismo nefasto, que, por sua vez, provoca o ódio e o radicalismo na parte adversa.

A cautela, o bom senso, a visão transdisciplinar – às vezes encarado como moderação ou atraso pelo radicalismo – devem se impor não só nos momentos de crises, mas em todos os quadrantes da existência. O noticiário dá como certa pesada reprimenda militar para satisfazer o não menos insano desejo de vingança. Quantos inocentes, mulheres, crianças, doentes, famintos, estropiados receberão o presente dos céus: bombas sobre suas cabeças, sobre seus tetos, sobre seus países?… E o que isso provocará? Ódio, ódio e surgimento de novas estratégias de vinganças, de novos atentados.

O Século XXI, que deveria ser o Século das Luzes, do Saber, da Harmonia Universal, da Cidadania Planetária, se mostra, já no berço, como o Século da Escuridão, do Bestial, da Indignidade, da Fome, da Miséria, da Poluição. Esse quadro tétrico, dantesto, paroxístico, pode e deve ser mudado (sou otimista, confio na capacidade ilimitada de criação do ser humano, na lógica do bom senso…) , desde que passemos a pensar diferente.

Devemos resistir e apresentar propostas alternativas às do poder imperialista. O bom senso um dia triunfará!….Devemos criar uma rede mental de comunicação e uma rede informal – esta já existe e bem estruturada… Na rede mental – a parapsicologia mostra que é possível -, após o auto questionamento – o cogito segundo Descartes – surge a idéia criativa, que imediatamente é captada na rede mental por outros capacitores (como se explica a multiplicação de uma idéia, com pequenas variantes, ao mesmo tempo em toda parte do globo terrestre?).

Esta proposta sonhadora pode parecer à primeira vista ingênua. Mas, se assumida, verticalizada e pragmatizada, produzirá frutos. Na cidadania planetária se combatem idéias, não o ser humano. Vamos, portanto, combater idéias destrutivas, fortalecer e estruturar o princípio da dignidade do ser humano e da efetiva cidadania planetária. Vamos praticar intensamente maiêutica social.

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