Consultor Jurídico

ONU recebe denúncia sobre ameaça de morte no Brasil

29 de outubro de 2001, 17h09

Por Redação ConJur

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Os integrantes da Comissão Pastoral da Terra do Brasil são constantemente ameaçados e mortos no Brasil. A afirmação é do Centro de Justiça Global. Nesta segunda-feira (29/10), a entidade entregou à relatora especial sobre a ‘Situação dos Defensores de Direitos Humanos da ONU’, Hila Jilani, relatório com as ameaças contra o frei Wilson Zanatta um dos membros da Pastoral em Tupanciretã (RS).

No dia 20 de outubro, o frei estava indo para o acampamento dos Sem Terra na Fazenda Estância Grande para auxiliá-los na desocupação daquelas terras. Os trabalhadores tinham acabado de ser despejados por uma ordem judicial e estavam preparando a saída da propriedade. No caminho Zanatta foi atingido por um veículo e um homem de meia-idade mandou que o ele não continuasse seu caminho. Caso contrário, o mataria.

De acordo com Zanatta, depois da ameaça o homem retornou para seu carro e fez menção de pegar algo. O frei amedrontado retornou imediatamente para sua casa.

Quando os acampados souberam do fato recusaram-se a sair da área sem a presença do frei. Zanatta, então, foi ao acampamento escoltado por policiais e ajudou os trabalhadores a saírem da área invadida. Depois o frei fez um boletim de ocorrência na delegacia local.

O Centro de Justiça está preparando um relatório sobre ‘Ameaças de Morte no Brasil’, o qual será entregue em maio de 2002 à Comissão de Direitos Humanos da ONU.

O primeiro capítulo do relatório retrata a violência cometida contra integrantes da Comissão Pastoral da Terra, sindicalistas e trabalhadores rurais sem terra no Pará. Nesse Estado, somente este ano sete pessoas foram mortas e 19 integram lista de “marcados para morrer”.