Desinformatização

Servidores do Judiciário levam computadores para casa em SP

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3 de outubro de 2001, 19h48

A impressão de quem está assistindo as centenas de servidores do Judiciário paulista, em greve, retirando dos fóruns computadores debaixo do braço, é a de que a Justiça está sendo saqueada.

Na realidade, por uma decisão da categoria, os funcionários estão levando para casa o que lhes pertence. Eles trabalham com computadores adquiridos por eles próprios. Esse fenômeno ocorre, segundo os sindicalistas, porque o Tribunal de Justiça teria utilizado a verba destinada à informatização para renovar a frota de carros oficiais do tribunal.

O mesmo comportamento está sendo adotado em todo o Estado de São Paulo. A orientação é para que todos os arquivos armazenados nos equipamentos sejam apagados.

Não se sabe ainda o número exato de aparelhos que estão sendo retirados. Só na cidade de Bauru, no interior de São Paulo, foram levados 18 micros. Estima-se que aproximadamente duas mil máquinas serão retiradas em todo o Estado. De acordo com o presidente do Sindicato dos Servidores, Wagner José de Souza, a decisão foi tomada por indicação dos líderes da greve em assembléia.

Segundo Souza a medida é correta, pois os computadores são de propriedade dos funcionários e não dos tribunais.

Os servidores estão em greve há 38 dias. Oficialmente a paralisação continua até a próxima quarta-feira, quando será realizada uma nova assembléia para decidir sobre a continuidade do movimento ou não.

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