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‘Rebelião em Bangu III ameaça virar rotina perversa’

23 de novembro de 2001, 9h24

Por Redação ConJur

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A rebelião em Bangu III, encerrada ontem, tem todos os ingredientes de uma comédia. A começar pelo fato de fuzis terem sido encontrados dentro de um presídio até então considerado de segurança máxima. O enredo segue igualmente engraçado quando se descobre que os presidiários pretendiam sair pela porta da frente.

O toque final veio com as declarações dadas pelo traficante José Cláudio Piúma, o Gaúcho, líder da rebelião. Numa entrevista coletiva à imprensa, disse o detento: “Aqui dentro tem ordem. Violência é só lá fora.”

Desde setembro, o Desipe foi avisado de que isso poderia ocorrer. Não tomou providência. Ou, se fez alguma coisa, foi tão inócua e imperceptível, que o motim acabou acontecendo.

O sistema penitenciário – aqui no Rio e em qualquer outro estado brasileiro – é um verdadeiro barril de pólvora. São Paulo não passa um mês sem que se registrem tentativas de fugas ou motins. Por aqui, esses episódios eram mais raros. Mas estão começando a se rotinizar.

O que estaria acontecendo por trás das grades no Rio de Janeiro? Estaria se esgarçando o famoso acordo que existia entre as várias facções criminosas, carcereiros e as autoridades penitenciárias?