Envenenamento em sindicato

Laudo aponta que juiz classista morreu envenenado por cianureto

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16 de março de 2001, 0h00

O juiz classista José Mendes Botelho morreu envenenado por cianureto. O laudo emitido pelo Instituto Adolfo Lutz aponta que ele faleceu depois de beber água misturada ao composto químico. O laudo fortalece ainda mais a suspeita da polícia de que Botelho foi assassinado. Segundo o delegado que preside o caso, Francisco Missaci, a análise confirma indício de homicídio.

Botelho era presidente do Sindicato dos Ferroviários do Estado de São Paulo e seria um dos seis últimos juizes do Tribunal Regional do Trabalho, que deixaria o cargo em 2002 devido à extinção da carreira.

Existem 64 vagas para juízes do TRT de São Paulo e apenas 42 estavam ocupadas. Com a morte do juiz classista, que ocupava a vaga pelos empregados, um representante dos empregadores deve sair devido à regulamentação de paridade. Desta forma, o TRT fica com 40 juízes.

De acordo com o laudo, o cianureto é uma substância imperceptível, porque não tem cor nem cheiro. A água bebida pelo juiz estava dentro da geladeira de sua sala, na sede do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviários, em São Paulo, de onde era presidente desde 1982.

No momento em que bebeu a água, Botelho estava em companhia de Milton Miranda de Souza e Ademir Natal Rodrigues, ambos diretores do sindicato. O juiz passou muito mal e foi encontrado inconsciente no banheiro do local. Horas mais tarde, morreu na UTI do Hospital Santa Isabel. Ele já teria sido vítima de outros três atentados.

Revista Consultor Jurídico, 16 de março de 2001.

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