Troca de farpas

Senador diz que Brindeiro é engavetador de processos da República

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26 de junho de 2001, 0h00

O senador Jefferson Peres (PDT-AM) afirmou na reunião da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania que a recondução de Geraldo Brindeiro à Procuradoria-Geral da República não atende aos interesses públicos. O senador disse que a imagem de Brindeiro, nas ruas, é a de “engavetador da República”. Jefferson afirmou, ainda, que a escolha do procurador-geral deveria ser feita por seus pares e não pelo presidente da República.

Os colegas de Brindeiro não colocaram seu nome em uma lista tríplice de procuradores indicados à PGR. Na eleição dos procuradores, Brindeiro ficou em sétimo lugar. “O chefe do Ministério Público não pode se permitir o menor deslize”, disse o senador, lembrando que Brindeiro viajou às custas do erário para a Ilha de Fernando de Noronha.

Brindeiro repudiou a acusação de que engaveta processos de interesse da Presidência da República. Segundo ele, nunca houve um procurador que entrasse com tantos processos junto ao Supremo Tribunal Federal. Brindeiro recordou que ofereceu denúncias contra o ex-presidente do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo, Nicolau dos Santos Neto, o ex-deputado Sérgio Naya, o ex-deputado Hildebrando Pascoal, o ex-senador Luiz Estevão e os envolvidos nos fatos relatados pela CPI dos Precatórios.

“Fiz o que me cabia fazer. Essa agressão de me chamar de engavetador me é feita por políticos que pretendiam me obrigar a ingressar com processos no Judiciário sem que houvesse fundamentos”. Ele citou como exemplo o fato de não ter iniciado processo contra o presidente da República, o ministro José Serra e o governador de São Paulo, Mário Covas, com base no chamado dossiê Cayman. “Não o fiz porque não tinha que fazê-lo. Recuso-me a submeter a pressão de quem quer que seja, do presidente, da oposição ou da imprensa”, afirmou.

Dentro de sua campanha de recondução, nas últimas semanas, Brindeiro teria aliviado bastante suas gavetas, remetendo ao STF um grande volume de processos que lá se encontravam, gerando queixas de ministros para quem o procurador transferiu, repentinamente, o serviço atrasado.

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