A Associação dos Advogados Criminais do Estado de São Paulo (Acrimesp), que reúne 30 mil profissionais, se posicionou contra a proposta que restringe os benefícios da prisão especial. O texto da proposta foi enviado, esta semana, à Presidência da República pelo ministro da Justiça, José Gregori.
O presidente da Acrimesp, Ademar Gomes, disse que a proposta revela desconhecimento da realidade brasileira, própria de quem nunca visitou uma cadeia, com ou sem cela especial. Acrescentou que as denominadas celas especiais não preenchem sequer os requisitos que a Lei de Execuções Penais exige para os presos comuns.
“Não são cumpridas uma série de regras, como a proibição de se manter o preso provisório nas mesmas dependências do condenado com sentença penal transitada em julgado, celas com o mínimo de seis metros quadrados para cada detento, manutenção de áreas de serviços que prestem assistência, educação, trabalho, recreação e prática esportiva”.
Para Gomes, o ministro da Justiça quer nivelar por baixo o sistema prisional que mesmo em São Paulo, o Estado mais rico da Federação, não oferece aos presos condições mínimas. Ele enfatizou que o dever do Estado é recuperar o sentenciado e não torturá-lo ou submetê-lo a tratamento infra-humano.
Fonte: JC On Line