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Seção Brasileira da Anistia denuncia sua própria direção mundial

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9 de janeiro de 2001, 23h00

A Seção Brasileira da Anistia Internacional vai encaminhar à Corte Interamericana dos Direitos Humanos, com sede em San José (Costa Rica) um amplo dossiê denunciando o Comitê Executivo Internacional da Anistia, por violação do direito a um julgamento justo e do direito à honra, enunciados nos artigos V e XVIII da Declaração Americana dos Direitos Humanos.

O dossiê será apresentado à imprensa nesta sexta-feira (12/1), às 11h, na sede do Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo. Depois, será enviado à Corte Interamericana.

“A Seção Brasileira foi suspensa sem qualquer direito à defesa, sob a acusação de irregularidades administrativas. Houve violação do direito a um julgamento justo e do direito à honra, além de tentativa de supressão da liberdade de expressão, numa afronta aos estatutos e à própria tradição de 40 anos do movimento em defesa dos direitos humanos”, diz Márcio Gontijo, presidente da AI no Brasil.

“Foi feita uma sindicância que não conseguiu provar nada”, completa Carlos Alberto Idoeta, ex-presidente da Seção. “Mesmo assim, a direção internacional não voltou atrás e, o que é pior, nosso trabalho está paralisado e a imagem da Seção Brasileira, seriamente prejudicada. Esperamos que a intervenção da Corte Internacional os convença da necessidade de encontrar uma solução que concilie o discurso e a prática interna da Anistia”, conclui.

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