Sistema carcerário

Trancar marginais não diminui criminalidade, diz especialista.

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20 de fevereiro de 2001, 0h00

Mudar a legislação para que somente fique preso quem realmente precisa. Prender menos é uma das saídas apontadas pela especialista Julita Lenguber para diminuir a superlotação dos presídios brasileiros.

Seguno ela, 60% dos presos do Rio de Janeiro são traficantes iniciantes, que vão levar, como herança da prisão, não a recuperação, mas a profissionalização no crime.

Julita Lenguber estuda o sistema de prisões há 20 anos e foi diretora da Desipe (órgão que administra os presídios do Estado do Rio). Segundo ela, os números provam que trancar os marginais não abaixa o índice de criminalidade.

Entre 1994 e 2000, a população carcerária de São Paulo aumentou 36%, sendo que os dados de homicídio e latrocínio (roubo seguido de morte) não caíram no período. Atualmente, existem no Brasil 220 mil presos e outros 70 mil aguardam por uma vaga. Somente em São Paulo, mil pessoas são presas por mês.

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