Direitos Humanos

OEA obriga o Brasil a proteger defensores ameaçados de morte

Autor

10 de dezembro de 2001, 13h27

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA mandou o Brasil proteger o diretor do Centro de Direitos Humanos e Memória Popular do Rio Grande do Norte, Roberto Monte e delegado Plácido Medeiros. Os brasileiros denunciaram a ação do grupo de extermínio da Polícia conhecido com “Meninos de ouro”. Os dois estão sendo ameaçados de morte.

O Centro de Justiça Global, o Centro de Direitos Humanos e Memória Popular e o Group of International Human Rights Law Students vão divulgar, nesta segunda-feira (10/12), na Assembléia Legislativa de São Paulo a íntegra da determinação que obriga o país a dar proteção aos denunciantes.

Na ocasião, as entidades que encaminharam a denúncia das ameaças de morte e as vítimas Roberto Monte e Medeiros de Souza, também irão divulgar a íntegra das gravações dos telefonemas que revelam as ameaças feitas contra o delegado e o diretor.

O Ministério Público do RN, a Comissão de Direitos Humanos da Câmara e a Human Rights Watch, identificaram como principais integrantes do grupo de extermínio, o atual subcoordenador da Central de Inteligência do Estado, delegado Maurílio Pinto de Medeiros e policial Jorge Luiz Fernandes, conhecido como “Jorge Abafador”.

Entre os muitos crimes que esse grupo teria cometido está o assassinato de Gilson Nogueira Carvalho, advogado defensor de direitos humanos, em 20 de outubro de 1996.

Próximo ao julgamento dos assassinos do advogado, o delegado Medeiros de Souza recebeu diversas ligações informando que “Jorge Abafador” estaria planejando matá-los.

Os telefonemas foram feitos por uma ou mais pessoas desconhecidas. O identificador de chamadas apontou o número de onde veio um dos telefonemas como sendo de um telefone público próximo à delegacia, onde o policial estaria preso.

Tags:

Encontrou um erro? Avise nossa equipe!