Coluna do Rio

Polícia Federal começa a investigar suposta sonegação fiscal do SBT

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14 de agosto de 2001, 9h52

A Polícia Federal começou a investigar um suposto esquema de sonegação fiscal e evasão de divisas do SBT. Pelo menos US$ 30 milhões teriam saído das contas da TV para aplicações em

outros países, principalmente para os Estados Unidos.

Além de Sílvio Santos, também serão ouvidos como possíveis beneficiários astros como Hebe Camargo e Jô Soares. Convocada, a Receita Federal promoverá uma auditoria completa nas contas da TV nos últimos cinco anos.

Rio contra o crime

O advogado José Ovídio Romeiro Neto, presidente do ‘Rio contra o crime’, firmou convênio com a Polícia Federal para prestar à sociedade os mesmos serviços de combate indireto ao crime feitos pela Secretaria de Segurança Pública. O entendimento foi selado em Brasília por intermédio do superintendente do Rio, delegado Marcelo Itagiba.

O acordo é o desfecho de uma crise que se arrastou meses e

teve início antes da posse de Romeiro Neto, quando a antiga diretoria

afastou o diretor Zeca Borges. O diretor era o homem de confiança do

secretário de Segurança Pública, Josias Quintal.

Segundo o relato de um antigo dirigente do ‘Rio contra o crime’, Zeca Borges assumiu a condição de interlocutor do movimento junto à iniciativa privada na captação de financiamentos. A crise ganhou grandes proporções quando se descobriu que o secretário tinha interesse em manter a organização sob seu controle, para fortalecer o projeto de eleger-se deputado.

A disputa entre as organizações está sendo benéfica para o combate à criminalidade no Estado, segundo um delegado da Polícia Civil.

Indicação irritante

Fernando Henrique não recebeu bem a indicação do governo dos EUA da diplomata Dona Hrinak para ocupar o posto de embaixadora no Brasil. A diplomata serviu na Bolívia. O Itamaraty interpretou a escolha como uma maneira de reduzir a importância do país no contexto.

Os EUA estariam considerando o combate ao narcotráfico o ponto

de maior destaque nas relações bilaterais. Para os americanos, o Brasil é o país chave na conexão entre produtores e os países consumidores de drogas. A diplomata Hrinak foi, de fato, indicada pelas credenciais, mas não exclusivamente por isso.

Segundo a opinião de um alto funcionário do Itamaraty, “o corpo técnico qualificado incrementa as relações políticas e comerciais entre os povos e o fato de a embaixadora conhecer um assunto específico não diminui o Brasil”. De acordo com ele, “apenas revela a extensão da preocupação dos Estados Unidos com o problema”. FHC teria se queixado da indicação da Casa Branca.

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