Domínio na Web

Domínios podem ser registrados em todas as línguas

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20 de abril de 2001, 0h00

Usuários da Internet podem registrar domínios em todas as línguas. É possível até mesmo iniciar o endereço eletrônico com um símbolo – como uma carinha sorridente, um signo do zodíaco ou o símbolo de direitos autorais (copyright).

Na quinta-feira (19/4), a VeriSign Inc., a mantenedora master de nomes de domínio terminados por net, com e org, começa a aceitar pedidos de símbolos e scripts de línguas do Oriente Médio, Sudeste da Ásia e subcontinente indiano. Porém, é preciso cautela. A experiência faz parte de um teste.

Mesmo assim, esses empreendimentos de risco iniciantes que visam uma Internet multilíngüe poderão dar um empurrão no uso online no exterior, onde milhares de usuários impacientes já vem ignorando as limitações da entidade, com sede nos Estados Unidos, que supervisiona os endereços online.

Computadores vendidos no exterior já têm recursos embutidos para caracteres em outros idiomas que não o inglês. Assim, os usuários com teclado configurado para o inglês precisarão obter conjuntos de caracteres para outras línguas e modificar as configurações do seu computador.

Engenheiros da Internet estão preocupados, dizendo que a VeriSign está agindo antes que a Força Tarefa de Engenharia da Internet (Internet Engineering Task Force) aprove os padrões. “É de grande interesse da comunidade criar um padrão”, disse Robert Gardos, diretor de tecnologia da Register.com. “Isso traz menos problemas”.

Não obstante, a Register está aceitando registros de nomes em favor da VeriSign, com o argumento de que seus concorrentes estão fazendo o mesmo. A Internet Corporation for Assigned Names and Numbers (Corporação da Internet de Nomes e Números Designados), a entidade que supervisiona os endereços online, está para concluir um estudo técnico em junho sobre possíveis problemas causados pela introdução de várias línguas em uma mega-rede construída em torno do inglês.

Os computadores-núcleo que manipulam os endereços online atualmente só entendem as 26 letras da língua inglesa, dez numerais e um hífen, além de um ponto para separar os endereços em partes. Outros idiomas precisam ser traduzidos em uma cadeia de caracteres, mas a questão é como fazer isso com certa tranqüilidade.

Chuck Gomes, um dos vice-presidentes da VeriSign, disse que a empresa aceitará quaisquer padrões que sejam adotadas e que a empresa não deverá ter nenhum problema para adaptar suas traduções, mas não está dando nenhuma garantia e avisa que alguns caracteres poderão ser suprimidos.

Também, toda a tentativa poderá deparar-se com um obstáculo se a Walid Inc., uma empresa de Michigan, conseguir colocar em vigência uma patente que afirma ter sobre o método primário em estudo para traduzir nomes estrangeiros. E mais de 800 mil nomes em outras línguas que não o inglês já foram reivindicados.

Até agora a demanda tem sido mais alta para caracteres chineses, japoneses e coreanos, disponíveis desde novembro. Cerca de 40 línguas européias, incluindo aquelas que requerem caracteres especiais como o trema, foram introduzidas em fevereiro.

A última rodada abrange os conjuntos de caracteres restantes aprovados pelo Unicode, um consórcio de scripts de computer. Os idiomas que estão à espera de aprovação, tais como os das Filipinas, continuam sem possibilidade de ingresso. O Unicode tem, também, alguns poucos scripts africanos, o que reflete o baixo uso do computador lá.

Um dos obstáculos restantes é fazer esses nomes funcionarem. Dentro das próximas semanas, a VeriSign começará a permitir que os sites usem os caracteres estrangeiros seguidos por “.mltbd.com” (ou seja, bancada de teste multilíngüe). É uma forma de separar esses nomes em caso de haver problemas.

Caracteres estrangeiros seguidos simplesmente por pontocom – não estarão disponíveis imediatamente. Isso demorará meses e, mesmo assim, estarão sujeitos a mudanças até que os padrões de engenharia sejam finalizados.

Fonte: Agência Estado

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