Violência no DF

Ministro escapa de seqüestro, mas seu motorista é levado.

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3 de abril de 2001, 0h00

O ministro Edson Vidigal, do Superior Tribunal de Justiça, escapou de um seqüestro relâmpago na segunda-feira (2/4) à noite, quando chegava na Universidade de Brasília, onde leciona. Mas seu motorista foi levado pelos bandidos e agredido.

Por volta de 18h 40, Vidigal desceu do carro oficial do STJ e, segundos depois, o motorista Cledson Guimarães de Araújo foi rendido por dois homens armados. Cledson foi amarrado e jogado para o banco traseiro do Chevrolet Ômega preto. Somente por volta da meia noite, ele chegou à residência do ministro de táxi. Estava com a roupa rasgada, com cortes e hematomas.

O motorista foi atendido pela equipe da ambulância do STJ, mas precisou ser levado ao hospital para levar pontos. O ministro orientou Cledson para fazer exame de corpo de delito no IML.

Vidigal não chegou a ver a ação dos bandidos. Somente por volta das 20h30 começou a se preocupar porque o motorista não estava no local e horário combinados previamente. Ele ligou para o celular de Cledson e percebeu alteração em sua voz. O motorista foi obrigado a inventar uma estória, sob a mira do revólver. Decidiu dizer que estava socorrendo Catarina, a enteada do ministro, de 16 anos, que havia “sofrido uma tragédia”. Pensou que, dessa forma, mostraria ao ministro que algo errado estava acontecendo.

O motorista avisou que a bateria do celular estava terminando e desligou o telefone. Vidigal tentou novo contato, mas não conseguiu porque o celular estava desligado.

Segundo o motorista, os bandidos rodaram por muito tempo com ele. Depois de perceberem que a cidade estava com vários pontos de blitz policial, os bandidos disseram que deixariam o carro nas proximidades do Varjão. De fato, os documentos do motorista já foram encontrados nas proximidades do posto Colorado, mas ainda não foi encontrado o automóvel, a pasta do ministro com relatórios e votos, uma agenda eletrônica, disquetes, chaves do gabinete e talão de cheque.

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