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Corrupção no futebol: Câmara pode advertir Eurico Miranda.

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3 de novembro de 2000, 23h00

A Câmara dos Deputados poderá fazer uma advertência ao deputado Eurico Miranda (PPB-RJ), que fez ofensas públicas aos senadores que compõem a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Futebol. O pedido deverá ser apresentado na quarta-feira pelo corregedor da Casa, deputado Severino Cavalcanti.

A intenção é colocar um ponto final na crise provocada pelo deputado e vice-presidente do Vasco que, após ser convocado pela CPI do Senado para depor, ofendeu o senador Álvaro Dias, presidente da comissão.

O cenário é de ficção. Flagrados por sonegação junto à Receita Federal e à Previdência, investigados por contratos irregulares com patrocinadores e em débito com jogadores, os cartolas reagem com agressões.

Na semana passada, quando o presidente da Fifa se acumpliciou à CBF, anunciando que o Brasil poderá ficar fora da Copa do Mundo, o ministro da Previdência, Waldeck Ornelas, informou o Senado que Eurico Miranda esconde com ele os registros previdenciários do Vasco da Gama – o que impede a investigação do INSS.

O deputado chamou o ministro de mentiroso.

Neste sábado (4/11), a Folha de S.Paulo publica que os quinze clubes que mais devem à Previdência acumulam dívidas de R$ 66 milhões. Desses quinze clubes, treze devem também salários a jogadores e funcionários.

O jornal norte-americano The New York Times publicou na quinta-feira (2/11) editorial sobre as investigações das CPIs do Futebol, que os brasileiros já se acostumaram com a corrupção. A afirmação foi rebatida pelo embaixador brasileiro nos Estados Unidos, Rubens Barbosa, em carta aberta enviada ao jornal, segundo o site Terra.

Barbosa diz que escândalos no esporte não são exclusivos do Brasil, lembrando inclusive as denúncias de fraude na escolha da cidade norte-americana de Salt Lake City como sede dos Jogos Olímpicos de Inverno. Ele ressaltou também a falta de preparo do editorialista que confundiu Romário com Ronaldinho e que esqueceu que há poucos anos o Brasil depôs um presidente acusado de corrupção.

Na sua manifestação por dever de ofício, contudo, o diplomata não rebate que, no Brasil, o futebol está minado pela corrupção. Não menciona tampouco que a desonestidade da cartolagem no país tem o apoio do comando da Fifa.

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