Ranking do Procon

Telefônica, Sabesp e BCP lideram ranking do Procon paulista

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15 de março de 2000, 0h00

As queixas registradas contra a Telefônica no Procon de São Paulo em 1999 bateram o recorde de reclamações. Nunca os serviços de uma mesma empresa foram tão contestados no mesmo ano.

Com 10.045 reclamações registradas – das quais 9.610 foram resolvidas – a empresa de telefonia figurou em 1º lugar na lista das mais reclamadas. Os consumidores queixaram-se quase 10 vezes mais contra a Telefônica em relação ao número de reclamações contra a segunda colocada, a Sabesp, com 1.414 registros.

Em terceiro lugar apareceu outra empresa de telecomunicações, a BCP (365 reclamações). As quarta e quinta posições foram ocupadas pela Eletropaulo e pela Telesp Celular, com 249 e 167 registros de queixa, respectivamente.

O ranking do Procon de São Paulo – divulgado nesta quarta-feira (15/3) Dia do Consumidor – aponta que as prestadoras de serviços são responsáveis pela maioria das reclamações. O órgão registrou um total de 25.992 queixas em 1999, da quais 60% são relacionadas com prestação de serviços.

Em relação a 1998, houve um aumento de cerca de 45% no número reclamações – quando foram registradas 17.749. No ano retrasado, o setor de serviços também foi o campeão do ranking, com 6.479 queixas.

O ranking é dividido em cinco áreas: alimentos, saúde, habitação, produtos, serviços e assuntos financeiros. O setor de produtos fica no segundo lugar da lista, com 4.210 reclamações registradas (16% do total).

A área “assuntos financeiros”, que engloba administradora de cartão de crédito, seguradoras, empresas de crédito e bancos, aparece em terceiro lugar com 3.078 (12% do total) queixas registradas contra seus serviços.

O principal problema dessa área são as falhas bancárias (saques indevidos de contas correntes e de cadernetas de poupança), provocadas por problemas nos sistemas de segurança dos bancos, tanto nas agências como nos caixas automáticos.

Também foram reclamadas transferências de valores das contas dos consumidores para outras contas, no mesmo banco, cuja autoria o correntista desconhece. De forma geral, os bancos desrespeitam os artigos 14 e 51 do Código de Defesa do Consumidor, pois costumam se eximir de responsabilidade nas falhas dos sistemas de auto-atendimento.

Trata-se de uma ironia, já que existe uma tendência dos bancos em estimular os consumidores a utilizar esses sistemas, aumentando a incidência dos problemas.

O setor de “saúde” é responsável por 7% das reclamações (1.817). As empresas mais contestadas são, respectivamente, Saúde Unicór Assistência Médica (123 queixas), Marítima Seguros (122) e Amil Assistência Médica Internacional (114).

O maior problema da Unicór, de acordo com o relatório, é o descredenciamento dos prestadores de serviços (médicos, laboratórios e hospitais).

As áreas de habitação e alimentos respondem por 5% do total de reclamações (1.048).

O ranking do Procon paulista está disponível no site do órgão na Internet (www.procon.sp.gov.br) e também pode ser obtido pelo telefone (0XX11) 3824-0446.

Revista Consultor Jurídico, 15 de março de 2000.

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