Executivo bombardeado

Fitas revelam ligação entre Eduardo Jorge, Nicolau e Martus

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13 de julho de 2000, 0h00

O principal elo de ligação do juiz Nicolau dos Santos Neto, no Senado, era Romeu Tuma e não Luiz Estevão. O então secretário-geral da Presidência da República, Eduardo Jorge, que falava em nome de FHC, encaminhou o juiz a Martus Tavares, no Ministério do Planejamento, para acertar a liberação de R$ 25,7 milhões – desembolso que seria, depois, referendado pelo próprio presidente da República.

Essas são algumas das revelações da revista Istoé, que chegou mais cedo às bancas esta semana. A publicação traz as transcrições de conversas telefônicas do juiz Nicolau dos Santos Neto sobre o esquema de liberação de verbas superfaturadas para a construção do prédio do Tribunal Regional do Trabalho.

O esquema revelado pela revista seria o seguinte: primeiro Nicolau ligava para Eduardo Jorge ou se encontrava pessoalmente com ele em seu escritório na Asa Sul de Brasília.

No encontro com o então assessor do Ministério do planejamento o atual ministro, Martus Tavares teria comentado que, “já que você tem um pistolão desses, nem precisa dizer mais nada”.

A verba para a obra havia sido cortada pelo Congresso Nacional pois os valores para a construção estavam superfaturados, segundo constatou o Tribunal de Contas da União.

Para liberar o dinheiro, Martus teria enviado várias justificativas para o presidente Fernando Henrique Cardoso que autorizou o repasse de verbas.

A reportagem ainda revela a intensidade do relacionamento entre Romeu Tuma e Nicolau. A própria CPI do Judiciário registrou mais de 300 telefonemas entre os dois. O juiz teria feito várias nomeações a pedido de Romeu Tuma, cuja amizade data da época em que o senador era chefiava a Polícia Federal.

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