Diretor do TST exonerado

Diretor Geral do TST é exonerado

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18 de agosto de 2000, 0h00

O diretor-geral do Tribunal Superior do Trabalho, José Geraldo Lopes de Araújo, foi exonerado nesta sexta-feira (18/8), depois de 16 anos no cargo.

Geraldo Lopes está sendo investigado pela acusação de ter facilitado e direcionado verbas para a construção do Fórum Trabalhista de São Paulo.

O presidente do TST, ministro Almir Pazzianoto, recebeu o pedido de exoneração, “em caráter irretratável”, por volta das 14h, mas não quis fazer nenhum comentário a respeito.

Amigo de Nicolau há mais de 20 anos, José Geraldo Lopes de Araújo ocupa o cargo desde 1984 e sempre foi o principal contato do juiz em Brasília.

Apesar da falta de dinheiro para a ampliação das instalações do Tribunal Superior, em 1994, segundo levantamento feito pela revista ISTOÉ, José Geraldo teria transferido R$ 3,5 milhões do TST para o fórum paulista. No ano seguinte, mais uma transferência. Ele conseguiu ratear R$ 2,7 milhões de três tribunais regionais e do TST. Em 1996, mais uma operação: o diretor do TST, junto com Nicolau, conseguiu convencer oito diretores de tribunais regionais a dispensarem quase R$ 5 milhões, transferidos para a construção do TRT-SP.

Ao todo, foram R$ 11,2 milhões a mais canalizados do orçamento da Justiça trabalhista para a obra de administrada por Nicolau. “Para nós, era fundamental concluir São Paulo para começar a nossa sede. Eu repassava a verba para o tribunal e não para ele pessoalmente”, disse José Geraldo à revista ISTOÉ.

O Tribunal de Contas da União concluiu que as transferências de dinheiro de outros tribunais e do TST para a obra de São Paulo desobedeceram o Manual de Despesa da União. “Os créditos não foram utilizados em despesas pertinentes aos programas de trabalho vinculados às atividades das unidades que efetivaram o provisionamento”, concluiu o TCU.

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