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Banco do Nordeste do Brasil é acusado de distorcer balanços

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3 de agosto de 2000, 0h00

O Banco do Nordeste do Brasil (BNB) está sendo acusado de distorcer seus balanços e omitir informações negativas em seus demonstrativos para atrair investimentos.

Segundo o advogado Wilson Sales, o BNB está ocultando os provisionamentos legais provenientes do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) e do Fundo de Investimento do Nordeste (Finor).

O dinheiro, conforme Salles, teria sido utilizado em operações de difícil recuperação ou irrecuperáveis sem que estas constassem dos balanços da instituição.

O valor das operações, utilizando recursos públicos, seria de R$ 1,7 bilhão e R$ 900 milhões respectivamente.

A soma dos investimentos – cerca de R$ 2,5 bilhões – constituiria, conforme o advogado, uma “fatia podre” das operações do banco. A situação teria sido apontada em relatório do Tribunal de Contas da União (TCU).

Segundo Salles, a justificativa para a omissão dos provisionamentos seria a captação de recursos no exterior através da apresentação de um resultado positivo dos investimentos do BNB.

No entanto, o profissional afirma que não está apontando “a existência de fraude ou crime, apenas de uma situação financeira irregular que, se for reconhecida judicialmente, deverá ser apurada pelo Ministério Público Federal”.

Nesta terça-feira (1/8), Salles ajuizou um pedido de notificação judicial sobre o caso ao Banco Central (BC); ao presidente da instituição, Armínio Fraga; à ex-diretora do BC, Tereza Grossi; à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e à Trevisan Auditores Independentes.

O objetivo do pedido, diz, é que os citados “tornem-se conhecedores de toda a situação calamitosa acima expendida a fim de que, em sendo demandados judicialmente por conta da conduta omissiva e tolerante por eles perfilhada em relação ao BNB, não venham alegar desconhecimento da mesma”.

Nem o Banco Central, nem a Trevisan Auditores Independentes quiseram se pronunciar a respeito das acusações.

O advogado anunciou que irá ajuizar, na próxima semana, uma ação popular para que a situação do banco seja apurada.

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