Não ao trabalho infantil

Governo não contratará empresas que exploram trabalho infantil

Autor

30 de setembro de 1999, 0h00

Para participar de concorrências públicas, as empresas terão que comprovar que não exploram trabalho infantil. Para passar a vigorar, essa regra depende apenas da sanção presidencial.

Aprovado pelo Senado, o projeto muda a Lei de Licitações. O texto determina que as empresas deverão demonstrar que respeitam a Emenda Constitucional 20/98, que proíbe trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de 18 anos.

A Emenda ainda impede qualquer trabalho a menores de 16 anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de14 anos.

A regra também vale para quem já presta serviços ou fornece equipamentos para a poder público. A desobediência às novas regras ocasionará na rescisão do contrato.

A matéria, originária da Câmara dos Deputados, foi fruto de sugestão da Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança. Calcula-se que cerca de 3,5 milhões de crianças brasileiras menores de 14 anos trabalham em atividades insalubres e cumprem jornadas superiores a 44 horas de trabalho semanais.

A relatora do projeto, senadora Maria do Carmo Alves (PFL-SE), afirmou que os números mostram “uma das mais graves e torpes questões com que se depara a sociedade brasileira”.

O senador Gerson Camata (PMDB-ES) afirmou que empresas estão boicotando produtos vendidos por quem emprega crianças. Segundo ele, a Atlantic se recusa a comprar álcool de usinas que utilizam mão-de-obra infantil e muitos brasileiros abastecem seus carros nos postos dessa empresa exatamente por esse motivo.

Tags:

Encontrou um erro? Avise nossa equipe!