Sexo no Tribunal

Sexo no TJ do Mato Grosso não é examinado pelo STF

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18 de setembro de 1999, 0h00

O Supremo Tribunal Federal sequer examinou o recurso contra a proibição imposta ao site da Intermídia de Cuiabá (http://www.midianews.com.br) de continuar divulgando gravação em que o presidente do Tribunal de Justiça do Mato Grosso, Wandyr Clait Duarte, e o desembargador José Jurandir de Lima, conversam sobre a intimidade sexual com funcionárias do TJ.

Essa mesma fita, cuja gravação é atribuída à ex-mulher do presidente do TJ, fora entregue ao juiz Leopoldino Marques do Amaral – assassinado depois de apontar inúmeras irregularidades na justiça mato-grossense – e à CPI do Judiciário.

A pedido de Duarte, o juiz Manoel Ornellas de Almeida, de Cuiabá, concedeu liminar determinando que a conversa fosse tirada do ar.

Em vez de alegar a suspeição dos juizes – que têm evidentes interesses no caso – a empresa de comunicação cuiabana recorreu diretamente ao STF.

A Intermídia alegava que não poderia ser punida, já que o teor da fita se tornou público e foi divulgado por jornais, televisões e rádios do estado.

Leia trechos da conversa entre os desembargadores

Wandyr Clait Duarte – Rapaz! Eu vou te falar uma. Ontem eu quase caí de costas. Não tem a Ticiana, que era do banco, que eu levei para a Corregedoria? Vai casar rapaz. Mas me quebrou a cara! Chegou lá ontem na Corregedoria com a mãe dela. Foi levar o convite de casamento e ainda me convidou pra ser Padrinho. Falei, puta! Menina que eu estava cevando pra ver se eu conseguia comer, vai dar pra outro. Se já não comeu, né! Rapaz, você entendeu? Mas eu fiquei numa fria. Não é possível! Aí vira o seu Fernandes e falou: “Você levou ela pra lá”. Não chefe, é uma funcionária. Mas eu nem sabia e já vai casar. Puta merda!

José Jurandir de Lima – Você melhorou a vida dela.

Clait Duarte – Rapaz, já vai casar. Entendeu? Ali não tem ninguém pra comer. A Sônia não come. A Cleonice, por exemplo, e é outra funcionária super direita, afilhada do Mauro. Então você nem pode encostar. Não tem quem comer. Tem que ver de outro jeito, entendeu?

Jurandir de Lima – E a Denildes?

Clait Duarte – Não, peraí. Aquilo nem com reza. É competente e tudo, mas fica só nisso. Ela me introduziu na magistratura, pô!

Jurandir de Lima – Nasceu ali dentro.

Clait Duarte – É, nasceu ali dentro. Eu falo pra ela, e ela fica toda cheia, anima. Eu jogo, de vez em quando, confete.

Jurandir de Lima – Mas ela é feinha!

Clait Duarte – É. É feinha, coitada. Eu falo pra ela: “Você é a mãe da Corregedoria”. Ah! Ela se faz, se realiza. Acho que ela até goza nessa hora! É agrado. Tem quem gosta de agrado. Agora, não tem quem comer! A Sônia não é de comer. A Sônia é séria. Ela vive com o marido dela, não é bem marido. É um sargento da PM, vive bem e tal, é um tal de Renato. E ela, por sua vez, é muito amiga da Lindacir, que tem um respeito comigo, uma consideração. Lindacir, entendeu? Ela é toda compenetrada. Ela impõe. Nem pensar, nem pensar.

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