Depois de oito meses de desconfianças, um casal de negros com uma criança loira resolveu investigar se não teria havido uma troca de bebês na maternidade. Depois de realizar o exame, foi constatada a falha da clínica.
O filho de Solange Soares dos Santos e Guilherme Trindade nasceu na Maternidade Campinho, no Rio de Janeiro. A troca dos bebês foi desfeita depois de um ano e um mês, quando uma reportagem sobre o caso foi veiculada na TV.
Outro casal, este de brancos, com uma criança negra, procuraram Solange e Guilherme para esclarecer o problema. Alívio e consternação. Os casais descobriram que o filho de um pertencia, por herança genética, ao outro.
Segundo os casais, a irresponsabilidade da maternidade passou dos limites, já que “no mesmo período, duas outras crianças recém-nascidas foram trocadas”.
O casal de negros recorreu à Justiça pleiteando indenização por danos morais. A maternidade foi condenada a pagar R$ 136 mil. O Tribunal de Justiça fluminense aumentou para 1 mil salários mínimos a indenização fixada em 1ª instância, que era de 200 salários.
Para os desembargadores, a indenização inicial não correspondia à lesão sofrida pelo casal e teve de ser aumentada “diante da gravidade sócio-jurídica dos fatos, martirizando duas famílias e dois meninos”.