Parceria complicada

Contrato milionário do Flamengo tropeça na Justiça

Autor

3 de novembro de 1999, 23h00

Chegou ao Judiciário a negociação do Flamengo com a multinacional suíça que está interessada em assumir o comando do marketing do clube por 30 anos.

O conselheiro do Flamengo Paulo César Ferreira (sócio de Roberto Marinho), entrou ontem (3/11), com medida cautelar na Justiça do Rio, para que a reunião do Conselho Deliberativo do clube que examinaria o contrato de parceria com a ISL – multinacional suíça associada à Pelé Sports – marcada para o próximo dia 8, fosse adiada.

A justificativa de Ferreira é que os pareceres das Comissões de Finanças, de Assuntos Jurídicos e do Conselho Fiscal, não chegaram às mãos do presidente do Conselho Deliberativo do Flamengo, Gilberto Cardoso Filho, conforme determina o artigo 24 do Regimento Interno.

O conselheiro tem sérias desconfianças das intenções do grupo suíço. O contrato de parceria tem 27 páginas e tem como foro a cidade de NY. Nele, a ISL ficaria com 10% da renda bruta do clube, com todos os direitos de publicidade e marketing e com os passes dos jogadores. O contrato exige um prazo de duração de 30 anos.

Todos os pareceres das diferentes Comissões e Conselho Fiscal, desaconselham a assinatura.

Pedido semelhante foi feito pela advogada Nice Maria Porto Gomes Landim e pelo ex-presidente da OAB do Rio, Carlos Maurício Martins Rodrigues, ambos sócios do clube.

O atacante Romário é favorável à parceria. Seu objetivo é receber, de imediato, US$ 4 milhões que o Flamengo está lhe devendo.

De plano, o clube receberia US$ 80 milhões em 3 anos e a ISL procuraria arrendar o maior estádio do mundo – Maracanã – para o Flamengo.

Autores

Tags:

Encontrou um erro? Avise nossa equipe!