Inglês legal

Cresce busca por inglês legal

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18 de março de 1999, 0h00

Ser um advogado promissor e falar inglês já não é suficiente para disputar uma boa vaga nos melhores escritórios brasileiros. É preciso também dominar, no idioma internacional, a terminologia tecno-jurídica, com toda a coleção de jargões que, de um ano para outro, vai sendo enriquecida com novas expressões.

Sintonizadas com essa tendência, escolas de idiomas estão criando turmas especiais para advogados. “O juridiquês é algo como um dialeto, quase um idioma à parte”, explica a professora Ana Cecília Aguiar, que dirige a BICS – Business and International Communication School, de São Paulo, escola criada há dez anos e que tem seu quadro de professores três advogados norte-americanos, um inglês e um sul-africano, especializados em direito empresarial e que atuam em renomados escritórios de Advocacia e instituições financeiras.

“Eles não são, propriamente, professores de inglês, dão aulas de conteúdo jurídico em inglês, e como dominam o idioma e o jargão, o aluno aprende não só a palavra, mas também o conceito jurídico”, explica Ana Aguiar.

No programa, matérias sobre direito tributário, contratos, propriedade intelectual e industrial, privatizações, investimentos estrangeiros no Brasil (legislação do Banco Central), contabilidade, legislação trabalhista, fusões, aquisições e demais temas de interesse de empresas internacionais atuando no Brasil ou interessadas em atuar aqui. Um americano e um inglês falam especificamente sobre os sistemas jurídicos dos EUA e da Inglaterra, para que o brasileiro se familiarize com o sistema jurídico desses dois países.

Os requisitos para integrar as turmas do Legal English, que duram quatro meses, são fluência em inglês ao nível de upper Intermediate ou advanced e estar atuando na área jurídica ou de tradução. A escola tem também cursos regulares convencionais.

A BICS também oferece, adicionalmente, curso em Londres, de 2 semanas, sobre inglês jurídico. Nesse curso, comenta Ana Cecília Aguiar, o grande diferencial está na possibilidade de convivência com advogados do mundo inteiro.

Outro reflexo ilustrativo da internacionalização do direito no Brasil é a procura crescente pelo banco de legislação da Câmara Americana de Comércio (Amcham). Criado recentemente, o InfoLegal, organizado pelo Comitê de Legislação da Câmara, já reúne mais de 2 mil leis brasileiras traduzidas para o inglês. As consultas, abertas exclusivamente a associados, são pagas à taxa de R$ 1 real por página.

Esse aumento na procura por leis brasileiras traduzidas para o inglês, levou o Comitê de Legislação da Amcham a acelerar a tradução de novos diplomas legais.

Além da Constituição brasileira, o InfoLegal dispõe da íntegra da Consolidação das Leis do Trabalho, legislação sobre meio ambiente, propriedade intelectual, decretos leis, portarias e as normas que regulam as atividades das empresas de capital estrangeiro. O trabalho de atualização do banco de leis da Amcham visa também incorporar à legislação existente as mudanças introduzidas desde a sua tradução.

Para entrar em contato com Comitê de Legislação da Amcham o e-mail é: [email protected]

Para entrar em contato com a BICS: [email protected]

Revista Consultor Jurídico, 17 de março de 1999.

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