Senado aprova, em 1º turno, extinção dos classistas.
5 de maio de 1999, 0h00
O Senado aprovou nesta quarta-feira (5/5) a Proposta de Emenda à Constituição 63/95, que extingue a representação classista na Justiça do Trabalho. O resultado da votação em plenário foi de 56 votos a favor da extinção, 10 votos contrários e quatro abstenções.
A proposta foi votada depois de um polêmico debate entre defensores e adversários da figura do juiz classista. A senadora Emília Fernandes (PDT-RS), por exemplo, defendeu a manutenção dos classistas. Para ela a representação é importante e é mais barata que a “justiça togada”. A senadora lembrou que, na CPI do Judiciário, não
há nenhuma denúncia contra os juízes classistas.
Já o senador Roberto Freire (PPS-PE) afirmou que a aprovação da emenda será a primeira contribuição do Senado à reforma do Poder
Judiciário. Freire respondeu à senadora Emília Fernandes dizendo que a questão sobre a figura do juiz classista não é de custo, “é de serventia”.
Para o senador Álvaro Dias, favorável à emenda, a extinção dos classistas é só o começo. Dias afirma que a discussão sobre a Justiça do Trabalho não ficará restrita à supressão dos juízes classistas. Ele defende que, em breve, os parlamentares já comecem a pensar na fusão da justiça trabalhista com a justiça comum.
O plenário aprovou também o substitutivo do senador Jefferson Perez, que prevê um período transitório para a extinção. Ou seja, os juízes classistas cumprirão seus respectivos mandatos até o final.
A proposta ainda será votada em 2º turno e, se aprovada, seguirá para a Câmara dos Deputados.
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