Dos 84 novos juízes de direito que tomaram posse no último dia 29 no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, 53 são mulheres.
A presença feminina está cada vez mais constante no mercado de trabalho e a magistratura, antigo reduto masculino, começa a ter nas decisões judiciais o toque, o conhecimento técnico, a inteligência e o talento das togadas de saia. Isso representa um percentual de 63,09%.
A carreira não tem conseguido atrair muitos candidatos nos últimos tempos. Além do rigor exigido na seleção – das 2.833 pessoas se que inscreveram somente 2,96% foram consideradas aptas para assumir o posto de trabalho – muitos alegam que o vencimento inicial não é suficiente, se comparado ao rendimento de um bom advogado militante.
Substituindo gradativamente seus quadros as carreiras jurídicas estão, aos poucos, sendo preenchidas por profissionais do antigo “sexo frágil”.
O concurso de ingresso na carreira de procurador do Estado é outro exemplo. Dos 10.495 inscritos somente 188 chegaram à reta final. Desse total mais de 65% eram as novas procuradoras de Estado aprovadas no início deste ano. Detalhe significante: no pódio, dos cinco primeiros colocados, quatro lugares couberam a mulheres.
Na Ordem dos Advogados do Brasil o fenômeno se repete. De cada dez novas carteiras expedidas seis vão parar nas mãos e nos escritórios das recém-formadas advogadas.
Se a trajetória na carreira jurídica seguir a nova tendência, em breve, as mulheres estarão chegando aos mais altos postos de comando.
A magistratura paulista, além de estar recebendo cada vez mais juízas em seus quadros, vem reduzindo a faixa etária dos postulantes ao cargo.
Dos 84 novos integrantes do Poder Judiciário, aprovados no 169º concurso, 46,43% têm idade menor ou igual a 25 anos; 48,81% estão na casa dos 26 a 34 e 4,76% já ultrapassaram os 35 anos.