Classe unida

Depois da OAB-SP, Iasp também faz desagravo para Mariz de Oliveira

Autor

28 de setembro de 2017, 15h54

Continuam as manifestações de apoio da advocacia ao criminalista Antônio Claudio Mariz de Oliveira. O profissional, que defendia o presidente Michel Temer, foi acusado pelo doleiro Lúcio Funaro (para quem também já trabalhou) de repassar informações dele para o peemedebista. A  Seccional de São Paulo da Ordem dos Advogados do Brasil já se posicionou em defesa de Mariz e agora foi a vez do Instituto dos Advogados de São Paulo.

Divulgação
No Iasp, Mariz disse que imprensa usa a liberdade de expressão de forma leviana. Divulgação

A entidade paulista promoveu na noite desta quarta-feira (27/9) um ato de desagravo ao criminalista, durante a reunião mensal do conselho do Instituto.

O presidente do Iasp, José Horácio Halfeld Rezende Ribeiro disse que o ato de desagravo era também à advocacia. “O que estamos assistindo de forma vergonhosa e covarde é um verdadeiro ataque à democracia. Não se pode confundir o advogado com seu cliente. O combate à corrupção é feito não só pelo Ministério Público e pelo Poder Judiciário, mas com direito sagrado de as pessoas se defenderem. As pessoas têm direito a um processo justo”, discursou.

“O que foi feito contra o Dr. Mariz de Oliveira é uma estratégia clara de ataque. As instituições têm sido sequestradas por algumas pessoas para atingir a objetivos que não interessam ao país. Hoje é o dia em que vamos dar um basta à essa situação. A advocacia não pode se calar num momento em que a presunção de inocência é jogada no lixo. O Dr. Mariz teve sua história e idoneidade colocados em xeque por uma pessoa que é um bandido. O Dr. Mariz é um ícone da advocacia. E cada um de nós tem a obrigação de esclarecer que o advogado é fundamental e indispensável à administração da Justiça”, completou o presidente do Iasp.

Em seu discurso, Mariz agradeceu o apoio que tem recebido de entidades como o Iasp e a OAB-SP e criticou a forma como a imprensa tem agido. “Lutamos muito para que a imprensa tivesse assegurada sua liberdade de expressão. Mas agora ela está usando levianamente essa liberdade quando não reconhece os direitos de outrem e, com isso, vem adotando uma conduta deletéria. Esse viés negativo da imprensa se faz muito claro quando trata o advogado como uma espécie de coautor, de extensão do seu cliente. É preciso que haja reação”, disse.

Mariz disse ter sido vítima de seu ex-cliente Lúcio Funaro. “Deixei de trabalhar para ele porque não seguiu minha orientação. E isso foi antes de eu passar a defender o presidente Temer. Aliás, quando esse ex-cliente foi preso eu não era mais seu advogado”, destacou.

“Parece que estamos vivendo em uma era de ruptura social, de ruptura de valores. Uma era em que o Poder Judiciário se curva ante o Ministério Público, em que a nossa maior instância judiciária não está atuando como guardiã da Constituição. A timidez toma conta do Poder Judiciário. Precisamos estar unidos para que nossos filhos e netos possam viver no país que sonhamos”, ressaltou Mariz.

Tags:

Encontrou um erro? Avise nossa equipe!