Onda de violência

Pardos e jovens são as principais vítimas durante greve da PM no Espírito Santo

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12 de março de 2017, 9h40

Durante o mês de fevereiro a Polícia Militar do Espírito Santo parou por mais de 20 dias. Sem policiamento nas ruas, o que se viu foi um caos urbanos com centenas de crimes, inclusive assassinatos. Foram 138 homicídios registrados entre 1 e 28 de fevereiro na Grande Vitória. A maioria das vítimas tem um perfil: homem, jovem, pardo e vitimado por arma de fogo.

Este tipo de arma foi utilizada em 87% dos homicídios. Os dados são de um levantamento da Ordem dos Advogados do Brasil capixaba, baseado em informações da Polícia Civil.

"O Estado do Espírito Santo, que até então vinha numa decrescente no número de homicídios, passou a acumular uma estatística desnecessária e dolorosa, mas que, mais uma vez, revela: o local, a cor e a idade das vítimas", explica Verônica Bezerra, presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-ES.

Verônica Bezerra explica, contudo, que não basta conhecer os dados. É preciso estruturar mecanismos, com políticas públicas sérias e contínuas, para que seja possível enfrentar essa questão da violência. 

De acordo com Verônica, nesses momentos é comum surgirem propostas "reativas, esquizofrênicas e bélicas", que não dialogam com a legítima forma de resolver a questão.  No entanto, em sua opinião, a solução para o problema só é possível por meio políticas públicas sociais proativas, estruturantes e contínuas, "ancorada no respeito aos direitos humanos, à cidadania e aos trabalhadores civis e militares".

Vejas os dados levantados pela OAB-ES:

 

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