Delação da JBS

J&F não aceita pagar R$ 11 bilhões em acordo de leniência com o MPF

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20 de maio de 2017, 13h55

O Grupo J&F, que controla a JBS, do empresário Joesley Batista, não fechou acordo de leniência com o Ministério Público Federal. O prazo terminou às 23h59 da sexta-feira (19/5). O MPF defendeu o pagamento de R$ 11,169 bilhões pela empresa, que seriam pagos em dez anos, mas a empresa só se dispôs a pagar R$ 1 bilhão.

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Joesley Batista gravou conversa com o presidente Michel Temer onde é dito que é preciso manter a paz com o ex-deputado Eduardo Cunha. O parlamentar nega.

O valor é equivalente a 5,8% do faturamento obtido pelo grupo econômico em 2016. Já os representantes da J&F propuseram pagar R$ 1 bilhão, o que equivale a 0,51% do faturamento registrado no período.

Segundo o MPF, a Lei Anticorrupção estabelece que a multa em acordos de leniência deve ter como parâmetro percentual que varia entre 0,1% e 20% do faturamento.

Apesar de não fechar o acordo de leniência, a empresa já firmou um acordo de colaboração com o MPF que já foi homologado pelo Supremo Tribunal Federal. A empresa e o órgão ainda podem voltar a negociar um acordo de leniência, com outras condições.

De acordo com a Assessoria de Imprensa do MPF, a ideia era que a leniência e a delação premiada dos controladores e executivos da J&F corressem em paralelo. Como a delação andou mais rápido, a Procuradoria-Geral da República havia concordado em segurar a divulgação do acordo até que a leniência fosse acertada.

Com o vazamento do conteúdo de trechos da delação para o jornal O Globo, os planos mudaram.

Delação
Desde quinta-feira (18/5) o STF vem divulgando o conteúdo dos depoimentos de delação premiada dos diretores da JBS firmados com o MPF e homologados pela corte. Nas delações há relatosdiversas práticas ilícitas dos executivos da companhia, como o pagamento de propina a políticas.

Em nota, Joesley Batista, um dos donos da empresa, admitiu os pagamentos indevidos a agentes públicos e pediu “desculpas a todos os brasileiros” pelas relações de suas empresas com autoridades.Com informações da Agência Brasil.

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