Confisco pessoal

Diretor de vara federal é exonerado por suspeita de desviar dinheiro apreendido

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12 de janeiro de 2017, 18h00

Especializada na análise de casos de lavagem de dinheiro, a 3ª Vara Criminal Federal de Campo Grande enfrenta um turbilhão. O órgão passa por uma correição extraordinária, depois de um funcionário que ocupou importante cargo de confiança por 21 anos ser exonerado sob a acusação de desviar parte do dinheiro apreendido em operações policiais.

Diretor de secretaria por mais de duas décadas, Jedeão de Oliveira é acusado pelo Ministério Público Federal de ter, por 26 vezes, desviado dinheiro apreendido que era guardado na vara. A Justiça já aceitou a denúncia e o caso corre em segredo. Por isso, valores não foram informadas, mas reportagem do portal Midiamax estima que cerca de meio milhão foi desviado.

Segundo a ação penal, Jedeão prestou depoimento à Polícia Federal sobre o caso no dia 8 de setembro do ano passado. O advogado dele, José Roberto da Rosa, diz que o cliente nega qualquer irregularidade, e afirma que outras pessoas da 3ª Vara também tinham as senhas para fazer as transações com o dinheiro apreendido.

O ex-diretor de secretaria também é alvo de dois processos movidos pela União, para tentar recuperar valores desaparecidos. Já foi decretada a indisponibilidade de bens de Jedeão até o limite de R$ 12,9 mil.

O acusado pelo MPF foi exonerado do cargo em junho do ano passado, mês no qual o juiz Odilon de Oliveira, titular da 3ª Vara, solicitou a correição extraordinária. O processo de investigação é conduzido pela desembargadora regional do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, em São Paulo, Therezinha Cazerta. Ela conta com a participação do Ministério Público Federal e de um representante da Ordem dos Advogados do Brasil de Mato Grosso do Sul.

Ao saber da correição extraordinária, a OAB-MS classificou os fatos como gravíssimos e afirmou que irá exigir apuração rigorosa. 

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