Internauta reincidente

Promotor de Justiça de SP diz que desembargadora tem cara de empregada

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8 de janeiro de 2017, 21h05

Mesmo depois de já ter sido punido por isso, o promotor de Justiça Rogério Zagallo voltou ao Facebook para escrever insultos preconceituosos. Neste domingo (8/1), disse que uma desembargadora do Tribunal de Justiça do Amazonas tem cara de empregada doméstica.

O comentário foi feito num post do advogado Caio Arantes. Ele compartilhou em sua página na rede social uma notícia sobre a desembargadora Encarnação das Graças Salgado. O texto, do jornal O Estado de S. Paulo, reproduz uma acusação de que ela é ligada a uma facção criminosa. E Zagallo comentou: “Pela carinha, quando for demitida poderá fazer faxina em casa. Pago R$ 50,00 a diária”.

Rogério Leão Zagallo é o promotor titular do 5º Tribunal do Júri de São Paulo. É o responsável, portanto, por representar a sociedade em casos de crimes contra a vida. E não é a primeira vez que ele publica comentários de cunho racista no Facebook.

Em dezembro de 2014, ele foi suspenso por 15 dias depois de ter postado uma mensagem considerada ofensiva pelo Conselho Nacional do Ministério Público. Em junho de 2013, quando as ruas de São Paulo foram tomadas por protestos contra o aumento do preço das passagens de ônibus, Zagallo os chamou de bugios, uma espécie de macaco, e pediu que a Tropa de Choque da Polícia Militar os matasse.

“Estou há duas horas tentando voltar pra casa, mas tem um bando de bugios revoltados parando a Avenida Faria Lima e a Marginal Pinheiros”, postou em sua página. “Por favor, alguém poderia avisar a Tropa de Choque que essa região faz parte do meu Tribunal do Júri e que se eles matarem esses filhos da puta eu arquivarei o inquérito policial.”

“Petistas de merda”, arrematou, para concluir: “Que saudades da época em que esse tipo de coisa era resolvida com borrachada nas costas dos merdas”.

Quando julgou um recurso de Zagallo contra a punição, o CNMP considerou a conduta do promotor “de todo inaceitável”.

Clique aqui para ler o acórdão do CNMP

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