Carreira em evolução

Machado Meyer investe em ensino e estágio no exterior para advogados

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6 de janeiro de 2017, 8h00

*Esta é a primeira reportagem de uma série que mostra como  grandes escritórios do Brasil fazem para aprimorar o conhecimento de seus advogados.  Leia a segunda e a terceira parte da série. 

Quando o advogado Thales Saito foi selecionado para uma vaga no escritório de advocacia Machado Meyer, um programa interno do escritório pesou bastante para que tomasse sua decisão de ir trabalhar lá. Trata-se do LLM (pós-graduação) que a banca paga para seus advogados em universidades nos Estados Unidos e Inglaterra, além de ajudá-los a estagiar em escritórios desses países.

Divulgação/Machado Meyer
Escritório tem parceria com universidades para cursos de Direito e com a Casa do Saber, para aulas de filosofiaDivulgação/Machado Meyer 

Saito foi para uma faculdade em Chicago (EUA) e se especializou em Direito Societário, mercado financeiro e trade finance. Em seu trabalho em um escritório dos Estados Unidos, acabou estreitando relações com clientes asiáticos e, antes de retornar ao Machado Meyer, trabalhou em Hong Kong, Tóquio e Xangai.

“Quando você volta do LLM, o seu modo de trabalhar muda bastante. O programa te ajuda a entender de uma forma melhor como os clientes internacionais trabalham, o que faz com que você consiga prestar um serviço de melhor qualidade. Além disso, no meu caso, acho que eu conseguir desenvolver bastante a parte de networking, de relacionamento mesmo, principalmente no mercado asiático e, desde que eu voltei, estou focando bastante nesse mercado asiático. Coisa que eu não conseguiria fazer, não teria tido essa oportunidade, se não tivesse passado um tempo lá”, afirmou Saito em entrevista à ConJur.

Várias frentes 
O programa que oferece bolsas e estágios fora do Brasil é a mais forte política do escritório para aprimorar o conhecimento de seus advogados, mas não a única. A banca oferece internamente cursos ministrados por professores de universidades de Direito e de outras áreas, como Finanças, Economia e Administração. Além disso, mantém uma parceria  com a Casa do Saber, instituição que oferece cursos, com o objetivo de ampliar o conhecimento dos profissionais em outras áreas, como Filosofia.

“Para o Machado Meyer, a formação profissional é, sem dúvida alguma, uma das maiores preocupações que o escritório tem. Somos formados por capital intelectual, prestamos um serviço puramente intelectual. Os nossos advogados estão atuando no mais alto nível, absolutamente atualizados, com os melhores cursos e mestrados, de fora e de dentro do país”, ressalta Mauro Penteado, sócio do escritório.

Buscamos oferecer para o advogado a formação mais diversificada e mais eclética possível, para que ele possa ter uma boa formação não só jurídica, mas também, por exemplo, em economia e finanças — Mauro Penteado

Alguns cursos internos são ministrados pelos próprios sócios e advogados, mas cerca de 90% são feitos com consultores e professores de universidades externas. As aulas são em um auditório da sede do escritório, em São Paulo, e os advogados das unidades do Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre podem acompanhar por videoconferência.

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O sócio Mauro Penteado afirma que o programa de bolsas e trabalho no exterior é um dos fatores mais fortes na atração e retenção de talentos. Divulgação/Machado Meyer 

“Temos cerca de 20 cursos por ano. Há cursos de longa duração, de 200 horas, por exemplo, e cursos curtos, como palestras, de duas horas. Fazemos uma combinação de tudo e alocamos os advogados nos cursos de acordo com nível de carreira deles. Então os advogados mais novos vão ser incentivados a fazer certos tipos de curso, de uma formação mais básica. A partir do momento em que o profissional progride, outros cursos vão sendo indicados para ele”, conta Penteado.

Sobre o LLM, o sócio classifica como um dos motores na atração e retenção de talentos. O escritório também financia os estudos dentro do Brasil,como mestrados e pós-graduações. “A gente simplesmente não vai conseguir prestar o serviço que precisa prestar se nossos advogados não estiverem sempre aprendendo”, finaliza.

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