Informações sobre patentes

Advogados podem prever o futuro para seus clientes corporativos

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1 de janeiro de 2017, 9h30

Um acompanhamento sistemático do mundo das patentes pode servir como uma bola de cristal para advogados mostrarem a seus clientes corporativos o futuro. Informações antecipadas sobre pedidos, concessões e extinções de patentes podem ser valiosas para o desenvolvimento de negócios das corporações. Elas permitem aos empresários implementar iniciativas antes de seus concorrentes.

De uma maneira geral, os empresários sabem o que fazer com uma patente valiosa, assim que ela estiver disponível. Mas, muitas vezes, é preciso agir rapidamente para sair na frente. Por isso, o advogado americano Lawrence Ashery acompanha de perto o mundo das patentes. Com sua ajuda, seus clientes corporativos tomam decisões bem informadas a tempo.

Em um artigo para o The Legal Intelligencer, ele deu exemplos de patentes que estão a ponto de “estourar” no mercado. E outras que expiram. Seus exemplos não são de patentes tecnológicas para qualquer corporação, mas mostram como um advogado pode disponibilizar informações importantes a seus clientes. Conheça algumas delas:

Tecnologia para bloquear fotos (U.S. Patent 9.380.225)
Algumas vezes, organizações não querem que as pessoas tirem fotos de muitas coisas — um evento, uma situação peculiar, um produto com segredos comerciais, um encontro que não deve ser divulgado etc. Mas, hoje em dia, com a tecnologia do smartphone, é muito fácil para qualquer um fazer uma foto. Como impedi-las?

A Apple inventou uma tecnologia que bloqueia a capacidade de smartphones de tirar fotos. Um conjunto de circuitos transmite um sinal infravermelho que é recebido pela câmera do smartphone. O smartphone tem um software embutido em seu sistema operacional que desabilita a câmera quando detecta o sinal infravermelho. O smartphone pode ser programado para apresentar uma mensagem informando que a função de fotografia da câmera ficará desativada temporariamente.

Televisores 3D sem óculos (U.S. 2014/0210960)
Há alguns anos, as fabricantes de eletrônicos comercializaram ativamente televisores 3D, esperando que seriam um grande sucesso. Mas não foi — parcialmente porque era necessário usar óculos especiais para ver o efeito 3D. Tais óculos eram incômodos e, em alguns casos, muito caros.

Agora, a Fundação de Pesquisa e Negócios da Universidade da Coreia criou um televisor 3D que não requer o uso de óculos para ver imagens em 3D. Em vez disso, a tecnologia cria um holograma (uma figura tridimensional). Uma imagem estereoscópica é exibida, de forma que as pessoas podem ver uma imagem em 3D.

Um prisma permite que uma luz modulada passe para um elemento difrator independente de polarização. A invenção permite que imagens holográficas em 3D sejam exibidas com amplitude e fase controláveis, de forma que a imagem de alta qualidade é produzida.

Relógio inteligente (U.S. Patent Application 2016/0094259)
Já existem relógios, hoje, com uma diversidade de funções. Mas que tal personalizar o relógio inteligente para ele fazer apenas as operações que você desejar? A Apple protocolou um pedido de patente de um relógio que inclui links removíveis. Cada link capacita o relógio para realizar uma função diferente. O usuário pode adicionar o remover links para que o relógio tenha apenas as funções que ele quiser. Exemplos: GPS, termômetro, gravador de voz, rastreamento, acelerômetro etc.

Captura de drones (U.S. Patent 9.085.362)
A tecnologia de drones se tornou muito popular nos últimos anos devido a controle por microprocessador, materiais de estrutura mais leves e melhor tecnologia de bateria. O uso de drones aumentou consideravelmente. E também aumentou a possibilidade de uso destrutivo dos drones. E também como instrumento de espionagem da vida alheia.

A Lockheed Martin, maior fabricante de armamentos bélicos do mundo, inventou uma tecnologia que possibilita desabilitar e capturar drones. Um drone, equipado com uma rede, pode perseguir e impedir que outro drone continue voando. Ou pode capturar um drone ofensivo e levá-lo para uma área segura para desarmá-lo ou neutralizá-lo — ou ainda para escanear dados de inteligência.

Olho biônico (U.S. Patent Application 2016/0113760)
Quem se lembra de Steve Austin, o homem biônico (ou O homem de seis milhões de dólares), um seriado dos anos 1970? Ele tinha um olho biônico, que lhe dava uma visão bem superior à de um ser humano. A Google está tentando transformar o que era ficção científica em realidade, com um dispositivo implantável, que inclui uma lente eletrônica.

A lente pode ser controlada para ver objetos maiores de 20 centímetros a grande distância. E de uma distância menor, objetos de apenas nove centímetros. O dispositivo é controlado diretamente pelos músculos dos olhos. Ou, alternativamente, por sinais wireless, recebidos através de uma antena. Uma bateria recarregável (também de forma wireless) fornece energia.

Impressão em 3D em alta velocidade (U.S. Patent Application 2016/0107380)
Impressão em 3D é, normalmente, um processo lento. O objeto impresso é produzido pela impressora camada a camada. A impressão de um pequeno objeto, com a atual tecnologia, pode durar horas. A Disney inventou uma impressora 3D que pode produzir um objeto quase que instantaneamente. A impressora usa lasers e espelhos que fazem o líquido de cura da fotografia ser curado quase que imediatamente.

Medicamento para reduzir o colesterol (U.S. Patent RE37.314)
A extinção de patentes também pode ser boa notícia para algumas corporações. Uma delas, nos EUA, foi a expiração da patente do Crestor, o medicamento mais vendido no país, desenvolvido pela Shionogi, para o tratamento de colesterol alto. O medicamento foi aprovado pela FDA em 2003. Suas vendas foram de mais de US$ 5 bilhões em 2013.

Mas tudo que é bom acaba. Conforme a patente do medicamento expira, os genéricos passam a ser disponibilizados por preços substancialmente mais baixos. Com o Crestor, está acontecendo a mesma coisa. O preço do genérico é 90% mais baixo do que era o preço do Crestor, quando a patente estava em vigor.

Combustível para foguete de pó da lua (U.S. Patent 7.773.362)
A Nasa liberou recentemente essa patente (e outras 55) para o domínio público. A parte mais pesada de um foguete, ao ser lançado no espaço, é o combustível para levá-lo a seu destino e trazê-lo de volta à terra. Mas não é necessário para levar combustível para uma viagem de ida e volta. A Nasa patenteou uma tecnologia que possibilita obter combustível do pó da lua. Ou o foguete pode fazer um pouso na lua, reabastecer com esse combustível e seguir para Marte.

Ao liberar essa patente para o público, a Nasa tinha alguns objetivos importantes, como criar uma excitação sobre a tecnologia espacial, encorajar inovação na exploração do espaço, motivar empreendedores a comercializar propriedade intelectual desenvolvida pela Nasa etc.

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