Longe do lar

Senador boliviano que pediu asilo no Brasil morre após queda de avião

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16 de agosto de 2017, 21h41

O ex-senador boliviano Roger Pinto Molina morreu na madrugada desta quarta-feira (16/8) em um hospital público de Brasília. Ele vivia no Brasil desde 2013, quando pediu asilo político afirmando perseguição por parte do governo Evo Morales.

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Molina viveu mais de um ano sem sair da embaixada brasileira na Bolívia; ele caiu quando pilotava um ultraleve em Goiás.
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No sábado (12/8), o ultraleve que ele pilotava caiu em Luziânia (GO), região do entorno do Distrito Federal. Único ocupante da aeronave, o ex-senador sofreu múltiplos ferimentos e foi internado com traumatismo cranioencefálico.

O antigo líder da oposição boliviana respirava com a ajuda de aparelhos desde então e sofreu uma parada cardiorrespiratória às 4h43, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Base do Distrito Federal. O corpo foi encaminhado para o Instituto Médico-Legal.

Eleito por um partido de oposição a Evo, Molina tornou-se conhecido no Brasil em 2012, quando se refugiou de surpresa na embaixada brasileira na Bolívia e viveu mais de um ano em uma sala de 20 m2, sem tomar sol, na condição de asilado político.

Para deixar seu país, o ex-senador precisava da concessão de um salvo-conduto, ou seja, de uma permissão para que pudesse transitar pelo território boliviano sem ser preso. 

Como as autoridades bolivianas não concediam a autorização — alegando que o político tentava escapar a vários processos, como suspeita de causar danos econômicos ao Estado da ordem de US$ 1,7 milhão — funcionários da embaixada brasileira decidiram transportar Molina em segredo até o território brasileiro a bordo de um carro oficial, que não foi parado durante todo o trajeto entre La Paz e Corumbá (MS).

A operação foi autorizada pelo então chefe de chancelaria da embaixada, ministro Eduardo Saboia, que substituía, temporariamente, o embaixador brasileiro Marcelo Biato. À época, autoridades do governo boliviano pediram explicações ao Brasil.

Em meio à polêmica, o então ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, pediu demissão do cargo. Depois disso, Molina passou a viver em Brasília, longe da família, com auxílio de amigos e entidades.

Investigações
No domingo (13/8), investigadores do 6º Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos estiveram no local do acidente para fazer registros fotográficos, coletar documentos e entrevistar pessoas que testemunharam a queda da aeronave.

Investigações do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), no entanto, têm como função prevenir novas ocorrências. Com informações da Agência Brasil.

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