Fora dos autos

Moro pede mais investimento na força-tarefa e critica possível revisão do STF

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15 de agosto de 2017, 12h31

Famoso por ser responsável pelo julgamento dos processos da “lava jato” na primeira instância no Paraná, o juiz Sergio Moro pediu mais investimento nas equipes que cuidam da operação e criticou a possibilidade de o Supremo Tribunal Federal reverter a decisão que passou a permitir a prisão após decisão da segunda instância.

Divulgação/Ajufe
Moro afirmou que o investimento nas investigações tem retorno com o dinheiro recuperado via acordos de leniência.Divulgação/Ajufe

Em palestra nesta terça-feira (15/8), Moro defendeu que o investimento para reforçar as investigações da Polícia Federal não é alto, caso se leve em conta o quanto de dinheiro é devolvido aos cofres públicos quando os casos são solucionados. O juiz citou que os acordos de leniência envolvendo a Petrobras já renderam R$ 1 bilhão.

"[Não] há uma intenção deliberada de enfraquecer a operação, mas acho que não é o momento de vacilações. É preciso investir para chegar com esse caso até o final" , disse, ao participar do evento "Mitos e Fatos", da rádio Jovem Pan, em São Paulo.

Legado de Teori
Sobre a possibilidade do Supremo rever mais uma vez a questão da prisão após condenação de segunda instância, Moro falou que voltar atrás seria desastroso. O juiz da “lava jato”ressaltou que o antigo modelo permitia a quem tivesse dinheiro que adiasse a prisão com uma “infinidade de recursos”.

Sobre a presunção de inocência, Moro disse que ela não é afetada, já que para o juiz condenar em qualquer instância é necessária prova categórica. Ele tentou ainda apelar para o lado sentimental, dizendo que a mudança no conceito do trânsito em julgado seria uma herança do ministro Teori Zavascki, morto em janeiro. 

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