Carne fraca

PF indicia 63 pessoas por irregularidades em frigoríficos

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17 de abril de 2017, 10h12

A Polícia Federal indiciou 63 pessoas por supostas irregularidades no comércio de carne no Brasil. Entre os indiciados estão agentes de inspeção sanitária, fiscais agropecuários federais, chefes de unidades de inspeção, proprietários e funcionários de frigoríficos e representantes regionais do Ministério da Agricultura.

Todos os indiciados são investigados na operação carne fraca e são acusados de concussão, corrupção passiva, crime contra a ordem econômica, emprego de processo proibido ou uso de substância proibida, falsidade de atestado médico, adulteração de produtos alimentícios, organização criminosa, peculato, prevaricação, uso de documento falso e violação de sigilo funcional.

Segundo o relatório, foram indiciados somente os investigados presos preventivamente, mas ainda há fatos a serem apurados que poderão fazer que outras pessoas sejam incluídas.

“Os indícios e provas colhidos ao longo da operação permitem concluir pela existência de uma organização criminosa atuante dentro da estrutura do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, tanto no estado do Paraná como em outros estados, há fortes evidências das mesmas práticas nefastas pelo menos nos estados de Goiás e Minas Gerais”, diz trecho do documento.

A operação carne fraca foi deflagrada em 17 de março e investiga suposta corrução por agentes públicos responsáveis por fiscalizar a qualidade e a segurança alimentar de produtos agropecuários. Segundo a PF, esses fiscais agropecuários recebiam propina de empresas para liberar a emissão de certificados sanitários sem a fiscalização efetiva da carne.

A partir da troca de favores entre empresários e os fiscais, o esquema permitia a comercialização de produtos com várias irregularidades, como prazo de validade vencido e uso de substâncias para adulterar a qualidade da carne.

Ao todo, 21 frigoríficos são investigados na operação. Além disso, o Ministério da Agricultura afastou 33 fiscais de suas atividades. O processo tramita sob sigilo na 14ª Vara Federal, em Curitiba. Com informações da Agência Brasil.

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