Previsão problemática

Oposição tenta derrubar ministro da Justiça por declarações sobre "lava jato"

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26 de setembro de 2016, 20h16

A bancada de oposição ao governo do presidente Michel Temer no Senado quer que o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, seja demitido. De acordo com os senadores, o ministro cometeu o crime de violação de sigilo funcional ao adiantar, em evento do PSDB em Ribeirão Preto (SP) no domingo (25/9), que uma nova fase da operação “lava jato” seria deflagrada nesta segunda-feira (26/9).

Tomaz Silva/Agência Brasil
Políticos acusam Alexandre de Moraes de violar o sigilo funcional.
Tomaz Silva/Agência Brasil

Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, Moraes adiantou a deflagração das diligências desta segunda em conversa com membros do Movimento Brasil Livre (MBL), um dos grupos de militância virtual que apoiou o impeachment de Dilma Rousseff.

Segundo o jornal, o ministro disse: "Teve a semana passada e esta semana vai ter mais, podem ficar tranquilos. Quando vocês virem esta semana, vão se lembrar de mim". A fala dele foi durante uma conversa sobre a prisão do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, feita na quinta-feira (22/9).

Nesta segunda, Alexandre de Moraes acusou os autores da reportagem, os jornalistas Carla Araújo e Gustavo Porto, de “truncar” a fala dele, que “durou mais de 20 minutos”. Depois, disse que só ficou sabendo da deflagração da operação desta segunda, quando foi preso o também ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, pela imprensa.

Os senadores de oposição, entretanto, afirmam que Alexandre de Moraes deve ser responsabilizado pelo crime de violação de sigilo funcional. Em representação enviada nesta segunda à Procuradoria-Geral da República, os parlamentares também acusam Moraes de improbidade administrativa e de crime de responsabilidade.

A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) enviou requerimentos de explicações ao governo. A Alexandre de Moraes, perguntou se ele é mesmo autor das frases publicadas pelo Estadão, se ele tinha conhecimento antecipado dos movimentos da Polícia Federal e se essas ações são sigilosas.

Gleisi também questionou o chefe da Casa Civil da Presidência da República, Eliseu Padilha, se ele pretende tomar alguma atitude em relação à postura do titular da Justiça. A senadora pergunta se Padilha também tem acesso a informações sigilosas sobre assuntos da PF e “qual é a orientação da Presidência da República ao ministro da Justiça em relação às ações da PF de que tenha conhecimento em razão da subordinação daquele órgão à sua pasta”.

Clique aqui para ler a representação.
Clique aqui para ler o requerimento de informações enviado ao ministro da Justiça.
Clique aqui para ler o requerimento de informações enviado ao chefe da Casa Civil.

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