Operação zelotes

Ex-presidente do Carf é novamente denunciado por corrupção e quadrilha

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16 de setembro de 2016, 17h14

Acusado dos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva e formação de quadrilha, o ex-presidente do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) Edison Pereira Rodrigues, foi novamente denunciado pelo Ministério Público Federal. Segundo divulgado pelo MPF nesta quinta-feira (15/9), o esquema fraudulento causou prejuízos aos cofres públicos que chegam a R$ 43 milhões.

Rodrigues é acusado, com mais sete pessoas, de participar de um esquema para dar decisões favoráveis à empresa Mundial S.A, famosa pela fabricação de tesouras, em processos sobre dívida tributária julgados no Carf.

Os procuradores disseram ter provas sobre a compra de pelo menos um voto do ex-conselheiro José Ricardo da Silva em favor da Mundial no Carf, em um processo de 2010 no valor de R$ 43 milhões, mas que o favorecimento pode chegar a 29 recursos apresentados pela companhia no órgão.

O ex-presidente Edison Rodrigues e a ex-conselheira Adriana Oliveira tiveram, segundo o MPF, papel chave nas negociações, por possuírem “trânsito livre no tribunal administrativo, uma vez que ela era suplente e ele já havia presidido o Carf por nove anos”, diz a nota da entidade.

O delegado aposentado da PF Casimiro Emerim era quem se reunia com os executivos da Mundial, de acordo com os procuradores.

Segundo nota do MPF, o esquema teve início em 2008, quando José Ricardo da Silva, então conselheiro titular do Carf entrou em contato com a Mundial, por intermédio do escritório de advocacia de Edison Rodrigues, para comunicar a existência de diversos processos em tramitação no órgão em desfavor da companhia.

Junto com Edison Rodrigues, foram acusados o ex-conselheiro do Carf José Ricardo da Silva, a ex-conselheira suplente Adriana Oliveira e Ribeiro, o advogado Anderson Cerioli Munaretto e o delegado aposentado da PF Casimiro de Andrade Emerim, bem como o diretor presidente da Mundial, Michel Lenn Ceitlin, e o diretor financeiro da companhia, Paulo Ricardo de Moraes Machado.

A revista eletrônica Consultor Jurídico não conseguiu entrar em contato com Edison Rodrigues. 

Segunda vez
Em junho, Edison Rodrigues foi acusado pelo MPF, junto com sua filha Meigan Rodrigues, de participação em um outro esquema para favorecer a empresa TOV Corretora em julgamentos no Carf.

Ao todo, a operação zelotes gerou até agora nove processos contra 54 pessoas suspeitas de envolvimento em esquemas de corrupção no Carf, com prejuízos aos cofres públicos que somam R$ 19 bilhões, segundo estimativa do MPF. Com informações da Agência Brasil.

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