Faltam provas

Menção a Toffoli em relatório da PF é "leviana" e "temerária", diz Moro

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14 de novembro de 2016, 16h22

O juiz federal Sergio Moro mandou a Polícia Federal retirar de um relatório menções ao ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal. O nome do ministro está num relatório de investigações sobre José Carlos Bumlai na operação "lava jato". Para Moro, no entanto, a inclusão de Toffoli no relatório é "temerária", segundo informa o jornal O Estado de S. Paulo.

Divulgação/TRE-SP
O nome do ministro Dias Toffoli estava na agenda de Maurício Bumlai, investigado pela Polícia Federal

Bumlai, empresário e pecuarista, foi condenado e está preso. O suposto envolvimento de Toffoli com ele foi concluído pela PF a partir de uma agenda apreendida na casa do filho de Bumlai da qual constava o nome do ministro, além de outras pessoas ligadas ao PT.

A partir dessa agenda, a PF passou a crer que "a família Bumlai" gozava de grande influência no governo durante as gestões petistas. "A influência não era somente em agentes políticos da Administração Pública, mas também na Suprema Corte, na pessoa do Ministro Tofffoli", especula o relatório. A própria PF ressalva que "a simples menção a nomes ou fatos não significa o envolvimento, direto ou indireto" nos fatos investigados.

Para Sergio Moro, no entanto, a conclusão da PF é "temerária" e "sem base em provas". Segundo ele, o fato de algum investigado possuir, em sua agenda, números de telefone de autoridades públicas não significa que ele tem qualquer influência sobre essas autoridades. “Assim, o relatório, sem base qualquer, contém afirmação leviana e que, por evidente, deve ser evitada em análises policiais que devem se resumir aos fatos constatados”, escreveu.

O juiz determinou que a autoridade policial refaça em três dias o relatório, “retirando dele conclusões que não tenham base fática e esclarecendo o ocorrido”. Por fim um conselho: não repetir o ato.  

Clique aqui para ler a determinação de Moro. 

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