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Impeachment de Dilma não interrompeu a operação "lava jato", diz procurador

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19 de maio de 2016, 17h58

Embora a última fase da “lava jato” tenha sido deflagrada há mais de um mês, no dia 12 de abril, a operação ainda está longe de acabar, afirmou nesta quinta-feira (19/5) o procurador da República e integrante da força-tarefa do caso Roberson Henrique Pozzobon.

Em coletiva de imprensa no 4º Congresso Internacional de Compliance & Regulatory Summit, em São Paulo, o integrante do Ministério Público Federal explicou que a “lava jato” funciona por “pulsos”. Assim, os investigadores reúnem documentos e evidências e passam a analisá-las. Quando chegam a conclusões sobre a prática de crimes e a autoria deles, lançam uma nova etapa, com diversas medidas simultâneas, como prisões, buscas e apreensões e conduções coercitivas. No momento, os agentes públicos estão maturando dados antes de voltar a agir, informou Pozzobon.

Ele também refutou a tese de que a pausa na “lava jato” estaria ocorrendo porque a operação teria atingido seu objetivo principal, que seria derrubar a presidente Dilma Rousseff. “A operação não tem viés partidário”, assegurou.

Mesmo ressaltando que desconhece as intenções do presidente interino Michel Temer, Pozzobon desmentiu a teoria de que o peemedebista estaria costurando um acordo para parar a "lava jato". Apontou que a operação não pode ser paralisada por ordem dele, uma vez que a natureza das delações premiadas e acordos de leniência faz com que pessoas e empresas envolvidas em crimes constantemente se disponham a colaborar com as investigações, dando subsídio à força-tarefa e à Justiça para manter o caso em progressão.

Autoinvestigação
Com o avanço no combate à corrupção e o desenvolvimento das áreas de compliance nas empresas, Roberson Pozzobon avaliou que o Brasil está se aproximando de países desenvolvidos como os EUA, onde o Estado dá a chance de as companhias envolvidas em crimes de promoverem uma “autoinvestigação”. Se o resultado for considerado satisfatório, as penas a elas impostas são atenuadas.

De acordo com o procurador, esse sistema torna o combate a crimes como corrupção e cartel mais eficiente. Isso por duas razões: pelo fato de as empresas monitorarem mais rigorosamente suas práticas e por policiais e membros do MP poderem concentrar esforços nas investigações onde não têm essa ajuda interna.  

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