Dormindo com o inimigo

PF investigará repasses de Fernando Henrique Cardoso a ex-amante no exterior

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26 de fevereiro de 2016, 18h57

A Polícia Federal abrirá inquérito para investigar a ocorrência de crimes nas remessas do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso à sua antiga amante, a jornalista Mirian Dutra. Em nota enviada à imprensa nesta sexta-feira (26/2), o Ministério da Justiça afirmou que requisitou a apuração aos policiais, que correrá de forma sigilosa.

Mirian declarou semana passada à coluna de Mônica Bergamo, no jornal Folha de S.Paulo, que recebeu US$ 3 mil mensais de FHC entre 2002 e 2006 como ajuda para criar seu filho Tomás, que afirma ser do ex-presidente, embora exame de DNA tenha negado.

Os repasses, segundo a jornalista, foram feitos pela Brasif S.A. Exportação e Importação, que administrava free shops em aeroportos brasileiros. Para isso, Mirian firmou contrato de trabalho com a empresa. Contudo, ela garante que tal acordo era de fachada, uma vez que nunca prestou serviços à companhia.

O tucano classificou como “invenção” e “coisas menores” as denúncias, e assegurou que não fez nada de errado. Já a Brasif confirmou os pagamentos, mas negou que FHC tivesse relação com eles.

Após essa revelação, deputados federais do PT e do PCdoB pediram ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que determinasse à Polícia Federal que investigasse o ex-presidente por supostos crimes contra a ordem tributária, de evasão de divisas e de corrupção passiva, conforme informou o jornal O Estado de S. Paulo. No requerimento, deputados citam ainda matéria publicada pela revista Consultor Jurídico em 2000 e repercutida nos últimos dias por outros sites que mostram que FHC e seu sócio, o ex-ministro das Comunicações Sérgio Motta, compraram fazenda em Unaí (MG) por US$ 2 mil e, em seguida, a venderam para uma empresa deles por US$ 20.

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