Luto na imprensa

Morre, aos 87 anos, o jornalista britânico Phillip Knightley

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9 de dezembro de 2016, 5h08

O jornalista Phillip Knightley, um dos mais bem-sucedidos de sua geração segundo o jornal The Guardian, morreu nesta quarta-feira (7/12), aos 87 anos. Australiano, Knightley deixa mulher, Yvonne Fernandes, três filhos — Aliya, Kim and Marisa — e quatro netos.

ICIJ.org
Phillip Knightley se considerava um azarado por ter deixado o Egito no dia anterior ao início da Guerra dos Seis Dias.
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Eleito por duas vezes o jornalista do ano pelo British Press Awards, o profissional ficou conhecido por suas reportagens investigativas enquanto trabalhava no Sunday Times, mas começou como menino de recados no Sydney Daily Telegraph. Lá, de acordo com o The Guardian, entregava mensagens aos repórteres (e também os embarcava nos trens quando estavam bêbados).

Um de seus maiores trabalhos foi uma reportagem sobre as vítimas do medicamento Talidomida. A história foi transformada no livro Suffer the Children: Story of Thalidomide em 1979. O remédio foi desenvolvido na Alemanha na década de 1950 e era usado como sedativo. Mas, a partir de sua comercialização, muitas crianças começaram a nascer com focomelia, uma síndrome que tem como característica o encurtamento dos membros. Esse problema ocorria porque a substância ultrapassava a placenta, interferindo na sua formação. Na notícia Knightley também contava como o medicamento foi vendido ilegalmente na Inglaterra.

Apesar do sucesso, o australiano se considerava um azarado por ter voltado do Egito para a Inglaterra um dia antes do início da Guerra dos Seis Dias, que opôs Israel e Egito, Jordânia e Síria, que foram apoiados por Iraque, Kuwait, Arábia Saudita, Argélia e Sudão.

No dia anterior ao começo do conflito, ele havia escrito que o conflito não ocorreria, o que fez o jornal onde trabalhava, o Sunday Times, chamar toda a equipe de reportagem que lá estava de volta à Inglaterra.

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