Satisfação de formados em Direito está em declínio nos Estados Unidos
4 de abril de 2016, 11h02
Apenas 20% dos bacharéis americanos, formados de 2000 a 2015, dizem que o curso de Direito valeu a pena (ou o custo), de acordo com um estudo piloto do Access Group Center for Research & Policy Analysis, com a ajuda do Gallup.
Em comparação, o índice de satisfação dos bacharéis formados das décadas de 1960/1970 foi de 75%. E dos formados nas décadas de 1980/1990 foi de 50%. Isso mostra um declínio consistente da satisfação dos bacharéis americanos com o curso de Direito.
Atualmente, a maioria dos bacharéis (64%) têm dúvidas sobre se valeu a pena ou não fazer o curso de Direito. E 15% acha que, decididamente, não valeu a pena. Apenas 1% dos formandos nas décadas de 1960/1970 pensavam assim.
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Período da formatura |
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Fazer o curso de Direito valeu o custo |
1960- 1979 |
1980- 1999 |
2000- 2015 |
Concorda 100% |
75% |
50% |
20% |
4 |
19% |
28% |
25% |
3 |
4% |
12% |
22% |
2 |
1% |
6% |
17% |
Discorda 100% |
1% |
4% |
15% |
Não sabe dizer |
0% |
1% |
2% |
A média de custo das faculdades de Direito para o estudante, no período de 1960 a 2015 foi de US$ 70.582. Hoje em dia, para fazer um curso de Direito, os estudantes têm de fazer uma dívida de US$ 80 mil a US$ 150 mil. Costuma-se dizer que a média é de US$ 125 mil.
Enquanto os custos aumentaram, os empregos ficaram mais raros — especialmente depois da crise de 2008, que se refletiu mais pesadamente a partir de 2009/2010, pelo que se percebe do relatório do estudo, nomeado “A vida depois da Faculdade de Direito” (“Life After Law School,”).
O estudo mostrou que, no período de 2010 a 2015, apenas 38% dos bacharéis encontraram emprego logo depois da formatura. Em comparação, 70% dos bacharéis conseguiram emprego ao sair da faculdade, no período de 1960/1969.
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Período da formatura |
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Consegui emprego… |
1960- 1969 |
1970- 1979 |
1980- 1989 |
1990- 1999 |
2000- 2009 |
2010- 2015 |
Logo após formatura |
70% |
66% |
64% |
56% |
56% |
38% |
Em dois meses |
14% |
12% |
10% |
9% |
8% |
9% |
Em três a seis meses |
6% |
9% |
11% |
12% |
11% |
15% |
Sete meses a um ano |
2% |
3% |
5% |
7% |
8% |
12% |
Em mais de um ano |
2% |
3% |
6% |
11% |
13% |
17% |
Nunca: não busquei |
5% |
6% |
3% |
4% |
3% |
4% |
Não sei |
2% |
1% |
1% |
0% |
1% |
6% |
Apesar de apenas 20% dos bacharéis se declararem 100% satisfeitos com o fato de haverem escolhido a advocacia, em vez de outras profissões, 48% declararam que, se tivessem de voltar no tempo, fariam tudo de novo.
Apenas 12% dos bacharéis têm certeza de que não pisariam em uma faculdade de Direito, se a vida lhes permitisse voltar no tempo. E enquanto 47% têm graus diferentes de dúvidas, 4% sequer sabem dizer se voltariam ou não a estudar Direito.
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Período da formatura |
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Faria tudo de novo |
1960- 1979 |
1980- 1999 |
2000- 2015 |
Concorda 100% |
68% |
54% |
37% |
4 |
14% |
20% |
19% |
3 |
7% |
11% |
16% |
2 |
3% |
7% |
12% |
Discorda 100% |
2% |
6% |
12% |
Não sabe dizer |
5% |
2% |
4% |
A quantidade de advogados atuantes também sofreu um declínio notável nos últimos anos. Enquanto 86% dos bacharéis formados no período de 1970/1979 estão exercendo a profissão, apenas 77% dos bacharéis do período 2010/2015 estão atuantes.
O mais “intrigante” dessa parte da pesquisa é que 1% dos entrevistados não sabe dizer se está praticando ou não advocacia — um fenômeno desconhecido entre os formandos das décadas anteriores.
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Período da formatura |
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Está praticando advocacia hoje |
1970- 1979 |
1980- 1989 |
1990- 1999 |
2000- 2009 |
2010- 2015 |
Sim |
86% |
82% |
85% |
82% |
77% |
Não |
14% |
17% |
15% |
17% |
22% |
Não sabe |
0% |
0% |
0% |
0% |
1% |
Bem-estar
O bem-estar de um advogado não envolve apenas o seu grau de felicidade ou riqueza, nem é sinônimo de bem-estar físico, diz o estudo. Em vez disso, envolve a interação e a interdependência entre muitos aspectos da vida, dos quais se pode destacar:
— Bem-estar profissional: gostar do que você faz diariamente e se sentir motivado pela vontade de atingir seus objetivos;
— Bem-estar social: desfrutar relacionamentos fortes e incentivadores, além de amar sua vida;
— Bem-estar financeiro: manejar com eficiência sua vida econômica, de forma a reduzir preocupações estressantes e aumentar a segurança financeira;
— Bem-estar comunitário: sentir envolvimento e comprometimento com as áreas onde vive e trabalha, com uma percepção de segurança e de orgulho por fazer parte dela.
— Bem-estar físico: ter boa saúde e energia suficiente para realizar seu trabalho e viver a vida em uma base cotidiana.
Sob esse aspecto do bem-estar geral, a maioria dos advogados está bem, a não ser pela conta que pagam por levar uma vida estressante, o que reflete no bem-estar físico. E, de certa forma, a maioria ainda não consegue administrar suas vidas financeiras como deveriam.
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Melhorando |
Lutando |
Sofrendo |
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Bem-estar profissional |
55% |
36% |
9% |
Bem-estar social |
55% |
37% |
8% |
Bem-estar financeiro |
45% |
35% |
21% |
Bem-estar comunitário |
57% |
34% |
10% |
Bem-estar físico |
37% |
53% |
9% |
Estudo piloto
O relatório do Access Group Center for Research & Policy Analysis explica que, nesse estudo, foram entrevistados mais de 7 mil bacharéis, de sete faculdades de Direito da região Sudeste do país. Essa limitação geográfica e do número de faculdades dá ao estudo um caráter experimental — e, por isso, é denominado estudo piloto.
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