Nova administração

Empresas que fazem serviços de advocacia estão na mira de presidente do Cesa

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31 de março de 2015, 19h25

Felipe Lampe/Cesa
O exercício da advocacia por empresas de contabilidade, empresas de auditoria e associações, assim como escritórios estrangeiros que atuam de forma irregular nos tribunais brasileiros, estão na mira do novo presidente do Centro de Estudos das Sociedades dos Advogados (Cesa), Carlos José Santos da Silva. Mais conhecido pelo apelido Cajé — que é usado até em eventos oficiais do Cesa e da Ordem dos Advogados do Brasil —, o advogado foi empossado na noite desta terça-feira (31/3).

Ao falar sobre seu trabalho na entidade, onde já foi conselheiro, diretor e vice-presidente, Cajé afirma ver “muito trabalho pela frente”. Sua avaliação é que a classe tem sofrido ataques diários, que atingem a própria cidadania, por desrespeitarem o direito de defesa. “Não que devamos fechar os olhos para as críticas aos maus profissionais”, ressalta ele, que é também presidente da Turma Deontológica do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB de São Paulo.

Um dos focos de sua presidência no Cesa será o combate às violações das prerrogativas profissionais. Entre os problemas que a classe tem enfrentado, destaca a violação da comunicação entre cliente e advogado; a dificuldade de acesso aos autos, “não só na esfera criminal, mas também em procedimentos administrativos na Receita ou na Previdência”; e intimações da Receita Federal, Ministério Público, delegados e do Judiciário para a quebra do sigilo profissional.

A sanha arrecadadora do Estado e as “respostas legislativas” aos problemas financeiros do país também deverão ser combatida pela entidade, diz Cajé. “Temos que estar sempre juntos do Executivo e Legislativo para buscar as melhores soluções.”

Além de buscar diálogo com os três Poderes, cabe também ao Cesa participar das discussões do principal órgão de representação da advocacia nacional: o Conselho Federal da OAB. E o novo presidente da entidade já demonstra interesse em debater diversos assuntos, como a advocacia pro bono, que, para ele, é uma obrigação dos advogados e das sociedades de advogados”.

Internamente, também são muitos os planos de Cajé para o Cesa. Ele afirma que buscará aproximar as seccionais dos comitês nacionais; implantar o “Cesa Day”, fazendo as reuniões de diversos comitês acontecerem no mesmo dia, para que advogados de diferentes seccionais possam participar; aproximar os jovens advogados da entidade; e fazer uma pesquisa para conhecer melhor os associados do Cesa.

Sócio responsável pela área de Relações Institucionais do Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados, Cajé formou-se na Faculdade de Direito da USP em 1991 e se especializou em Direito Empresarial pela PUC-SP, em 1995. Cajé também fez curso de extensão em Marketing de Serviços pela Escola de Administração de Empresas da FGV (2001), e em Administração de Serviços Jurídicos (2003) pela Escola de Direito da FGV. Nesta instituição, ele também concluiu curso corporativo de Educação Continuada (2008-2010).

Além dele, tomam posse na terça-feira no Cesa, Moira V. Huggard-Caine (vice-presidente), José Setti Dias (diretor financeiro-administrativo), Pedro Aguiar de Freitas (diretor de Relações Institucionais), Marcos Alves (diretor de Relações Governamentais), Gustavo Brigagão (diretor de Relações Internacionais), Pedro Paulo Gasparini (diretor executivo) e Stanley Frasão (diretor executivo).

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