Novo no time

Criminalista Pierpaolo Bottini assume defesa de executivo na "lava jato"

Autor

2 de março de 2015, 17h00

O advogado Pierpaolo Cruz Bottini assumiu nesta segunda-feira (2/3) a defesa do presidente da Camargo Corrêa, Dalton Avancini. Ele já vinha atuando nos bastidores da operação “lava jato”, assessorando a empreiteira, mas entrou na linha de frente do caso depois que Avancini firmou termo de delação premiada.

O criminalista Celso Vilardi, que até agora representava o réu, disse ter renunciado para evitar conflito com outro cliente que segue a linha tradicional, sem recorrer à colaboração. Vilardi continuará com a defesa do presidente do conselho de administração da Camargo, João Ricardo Auler. Segundo o advogado, foi o próprio acusado que não concordou em assinar a delação.

Nelson Jr./SCO/STF
Bottini negociou delação do presidente
da Camargo Corrêa, Dalton Avancini.

Bottini ajudou a costurar os termos do acordo com o Ministério Público Federal. Ele já defendeu executivos da Camargo Corrêa na chamada operação castelo de areia, investigação sobre crimes financeiros que acabou anulada porque as interceptações telefônicas foram consideradas ilegais. Um dos discípulos de Márcio Thomaz Bastos, ele foi secretário da Reforma do Judiciário e membro do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária.

O advogado passa a compor um time de especialistas renomados que foi escalado para a “lava jato”. Além de Vilardi, estão na lista nomes como Alberto Zacharias Toron, Antônio Moraes Pitombo, Arnaldo Malheiros Filho, José Luis Oliveira Lima, Marcelo Leonardo e Nelio Machado, que fazem pontes aéreas recorrentes à capital do Paraná.

O também conhecido Antônio Cláudio Mariz de Oliveira decidiu continuar no caso mesmo depois que Eduardo Hermelino Leite, vice -presidente da Camargo Corrêa, também assinou colaboração. “O fato de eu ser contrário não me dá o direito de impedir que ele faça o que achar melhor”, afirma. O advogado diz que Leite não vai atuar como “delator”, pois decidiu prestar depoimentos e entregar documentos que auxiliem o MPF nas investigações, ao invés de ficar apontando nomes.

A negociação das cláusulas foi discutida por um colega que já atua no caso — Marlus Heriberto de Oliveira, de Curitiba. Mariz de Oliveira ainda vai estudar os termos do acordo para adotar a nova linha de defesa. Geralmente, o MPF só promete benefícios se o réu desistir de recursos em tribunais superiores e pedidos de Habeas Corpus. A “lava jato” já gerou 15 acordos.

Autores

Tags:

Encontrou um erro? Avise nossa equipe!