Jubileu de Prata

Em homenagem, Marco Aurélio diz que não imaginava que se tornaria juiz

Autor

17 de junho de 2015, 19h08

Spacca
“Não imaginei que um dia me tornaria juiz, achei que seria como meu pai, advogado”, disse nesta quarta-feira (17/6) o ministro Marco Aurélio, em sessão no Supremo Tribunal Federal que celebrou 25 anos da sua atuação na corte.

Ele disse que se sente sensibilizado e acima de tudo estimulado a perseverar na missão que reputa “sublime”, que é julgar conflitos de interesse envolvendo semelhantes. “E de julgar os próprios semelhantes, atuando de forma coercitiva, personificando o próprio Estado”, disse.

O vice-decano do STF afirmou que se sente um homem realizado tendo em vista a sua vida social e a profissão que escolheu. “Não me vejo virando as costas para essa cadeira. O que mais desejo é manter o mesmo entusiasmo examinado um processo como se fosse o primeiro da minha vida judicante”, disse.

O primeiro a homenagear o ministro Marco Aurélio foi o presidente do STF, Ricardo Lewandowski. Ele destacou que a sessão de julgamento desta quarta era muito especial por causa do jubileu do colega de corte. Na opinião do presidente do STF, o vice-decano sempre se valeu da sua notável sensibilidade jurídica que foi refinada aos longo dos anos. “Ele é sabidamente um homem e juiz de convicções firmes”, disse. E acrescentou falou sobre empenho e esforço de trabalho demonstrado em cada voto. “O ministro Marco Aurélio é trabalhador braçal da Justiça, um estivador do direito”, disse.

O ministro Lewandowski lembrou momentos importantes protagonizados pelo homenageado no STF: quando assumiu a presidência da corte e, por cinco vezes, atuou como presidente da República, substituindo o chefe do Executivo. Foi em uma dessas vezes que sancionou a lei que criou a TV Justiça. Lewandowski destacou ainda que quando o ministro Marco Aurélio foi presidente do Tribunal Superior Eleitoral, em 1996, foi inaugurada a primeira votação eletrônica do Brasil.

O decano Celso de Melo lembrou, em seu discurso, que a solenidade mostra apreço da corte a um dos seus maiores ministros. E destacou a conhecida fama dele por ter sido voto vencido em muitos julgamentos.  Na opinião do decano,  aquele que vota vencido não pode ser visto como uma alma rebelde, porque muitas vezes é ele quem possui o sentido mais elevado da ordem e da Justiça. “O que vota vencido deve merecer o respeito dos seus contemporâneos, porque são nesses votos que residem a semente das grandes transformações”, disse. 

O Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, disse que os 25 anos de atuação do ministro representam um fiel casamento de Marco Aurélio com o STF. E destacou votos proferidos pelo homenageado que autorizou a interrupção de gravidez de feto anencéfalo e de constitucionalidade de artigos da Lei Maria da Penha.

Clique aqui para ler o discurso do ministro Celso de Mello.

Autores

Tags:

Encontrou um erro? Avise nossa equipe!