Atividade criativa

Luiz Olavo Baptista deixa seu próprio escritório e funda o Atelier Jurídico

Autor

24 de julho de 2015, 20h05

Após 50 anos de profissão, o advogado Luiz Olavo Baptista resolveu deixar o seu escritório, o L. O. Baptista, Schmidt, Valois, Miranda, Ferreira, Agel, e criar um novo modelo de banca: o Atelier Jurídico. Na nova firma, que fica em Moema, em São Paulo (SP), o advogado concentrará seus esforços na elaboração de pareceres e no ensino jurídico.

Mas por que deixar algo estabelecido e arriscar novos rumos aos 76 anos? Segundo Baptista, para poder exercer uma atividade mais criativa — até por isso a denominação de ateliê, que remete às artes. “Escritório era um nome que se dava a uma espécie de escrivaninha que os frades usavam para copiar livros e fazer iluminuras e desenhos para enfeitar os textos nos conventos medievais. Várias delas juntas formavam um escritório. Então, a ideia de escritório é de um lugar onde as coisas são repetitivas. E eu sempre fui uma pessoa criativa, algo que só aumentou com idade”, explica.

Para exercitar sua imaginação, o advogado se dedicará a pareceres e ao estudo aprofundado de questões jurídicas. Isso será feito no dia a dia e por meio da organização de seminários para discutir temas controversos.

Mas Baptista não quer apenas adquirir (ainda) mais conhecimento. Ele também quer repassá-lo a advogados iniciantes e estagiários. Em sua opinião, a expansão das bibliotecas e da internet tornou obsoleto o modo de ensino das faculdades de Direito, uma vez que os professores se limitam a repassar aos alunos o conhecimento que pode ser encontrado em livros e sites. A educação jurídica do futuro consiste em atribuir casos concretos aos estudantes, fazê-los analisar suas peculiaridades, apresentar-lhes as leis e decisões judiciais sobre o assunto, e induzi-los a chegar a uma solução para os problemas, diz o advogado. E é isso que ele pretende fazer em sua nova firma.

Além disso, Baptista pretende se dedicar à função de árbitro. Ele é atualmente presidente de oito tribunais arbitrais, e co-árbitro em outros. Experiência é o que não falta a ele no ramo: já foi membro da comissão de compensação da Organização das Nações Unidas e do órgão de apelação da Organização Mundial do Comércio.

No Atelier Jurídico, o advogado terá, inicialmente, a companhia de duas advogadas — sendo uma delas a sua esposa — e cinco estagiários. A missão de Baptista e seus aliados é poética: “dar igualdade e liberdade para as pessoas poderem se desenvolver”.  

Tags:

Encontrou um erro? Avise nossa equipe!