Book Azul

Perfil do Instagram que acusava agência de prostituir modelos é retirado do ar

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15 de agosto de 2015, 11h12

A novela Verdades Secretas, da noite pela Rede Globo, aborda o mundo das agências de modelo que também promovem serviços de prostituição. O enredo serviu como ideia para supostas tentativas de chantagem na vida real. É o que sustentou a ação impetrada pela agência Joy Models contra o Facebook, solicitando que a rede social retirasse do ar conteúdo de um perfil do Instagram que fez uma série de acusações contra a empresa que agencia modelos no Brasil.

A juíza Gláucia Lacerda Mansutti, da 45ª Vara Cível do Foro Central da Comarca de São Paulo, concedeu liminar e obrigou o Facebook a retirar o conteúdo do perfil @thehanbookbr que acusava a agência de promover o "book azul", nome dado a prática de prostituição masculina de modelos. Luis Maragno Vivan, advogado da agência e sócio do Vivan Advogados, citou em sua peça que a veiculação da novela motivou por parte do possível dono do perfil uma proposta de “acordo”.

“O difamador utilizou conversas particulares de um suposto garoto de programa com dois funcionários da agência para primeiro tentar promover um ‘acordo’. Quando viu que nada do gênero seria feito, usou esse material para difamar a agência no Instagram. Essas conversas foram há aproximadamente dois anos e só apareceram agora em razão da atual exibição da novela Verdades Secretas. Lendo, fica claro que o suposto garoto de programa oferecia favores em troca de dinheiro ou bens e que jamais foi agenciado pela minha cliente, sendo sua relação com os dois bookers da empresa eminentemente pessoal”, afirma Vivan.

Dossiê de acusações
Um mês antes das mensagens difamatórias começarem, Liliana Gomes, dona da agência, recebeu um e-mail de Marcos Piva. Ele se apresentou como advogado de Mateus Almeida, que alegava ser modelo agenciado pela empresa no passado — fato que a agência nega veementemente. Na mensagem, o advogado ameaçou entrar na Justiça contra a empresária por danos morais e materiais e ainda impetrar uma representação criminal. Tudo isso caso um “acordo” não fosse feito, ressaltando que seu cliente possuía material potencialmente grave contra elas.

O próximo capítulo foi uma reunião que envolveu as empresárias e Alexandre Piva, que dizia trabalhar em conjunto com Marcos Piva como representante de Mateus. No encontro, Piva teria apresentado um suposto dossiê contendo conversas por Facebook mantidas entre o representado dele e dois dos bookers da Joy Models. Piva alegou que havia no material prova de envolvimento sistemático da agência em supostas atividades criminosas de tráfico de drogas e agenciamento de prostituição que teriam vitimado Mateus Almeida.

“O fato é que Liliana constatou que as referidas conversas, de natureza indiscutivelmente privada, jamais disseram respeito às atividades da agência Joy. E muito menos provam ou apontam qualquer envolvimento dessa agência em qualquer atividade ilícita ou criminosa. Nelas resta mais do que clara a relação eminentemente pessoal e privada entre seus respectivos participantes”, escreveu Vivan na petição.

Como não foi feito acordo, Piva mandou um último e-mail dizendo que abriria um processo. Isso não ocorreu e tempos depois começaram a surgir as publicações no Instagram com acusações de serviços de prostituição feitos pela agência. Foi instaurado um inquérito policial para investigar se existe ligação entre as pessoas que pediram o acordo e o dono do perfil responsável pelas acusações.

Clique aqui para ler a petição da Joy Models.

Clique aqui para ler a liminar da 45ª Vara Cível do Foro Central da Comarca de São Paulo.

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